O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira (24) sua estreia na ONU. Em seu discurso, o mandatário brasileiro destacou o combate ao socialismo, a Amazônia, ideologia e indígenas.
Em um dos trechos do discurso, o presidente do Brasil destacou o acordo entre os blocos econômicos do Mercosul e da União Europeia.
"Em apenas oito meses, concluímos os dois maiores acordos comerciais da história do país, aqueles firmados entre o Mercosul e a União Europeia e entre o Mercosul e a Área Europeia de Livre Comércio, o EFTA. Pretendemos seguir adiante com vários outros acordos nos próximos meses", disse Bolsonaro.
No entanto, Bolsonaro também aproveitou o espaço para criticar os dados do desmatamento e disse que eram mentirosos.
"Contudo, os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia despertaram nosso sentimento patriótico", afirmou Bolsonaro. "Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista", completou.
Para o cientista político Antônio Marcelo Jackson, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), esse tipo de fala contra alguns líderes europeus pode gerar prejuízos ao acordo firmado entre o Mercosul e União Europeia.
"Diversos organismos na França, na Alemanha e em vários outros países já começaram a minar esse acordo em função das questões ambientais. Ou seja, o fato desse acordo ter sido costurado ao longo dos anos não significa que na medida que o Brasil não cumpra sua parte ligada a questão ambiental que o acordo será mantido", disse à Sputnik Brasil.
Na última quarta-feira (19) quase todos os partidos do subcomitê da União Europeia do Parlamento austríaco votaram contra o projeto do acordo. Isso significa que o governo deve votar contra o acordo no nível da UE.
"A resposta é que eles podem voltar atrás, não é inconveniente nenhum", afirmou Antônio Marcelo Jackson.
O cientista político diz que o discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU promove a desunião entre os países.
"É uma fala que estaria muito mais no terreno da desunião do que o de uma solidariedade, de uma união global dos países para uma Assembleia Geral das Nações Unidas", analisou.
Bolsonaro discursou por aproximadamente 30 minutos seguindo a tradição do Brasil de abrir os debates da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Via Sputinik Brasil
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