O termo Humanidade Autêntica, que os maçons espiritualistas franceses aplicam a maçonaria é fundamentado na crença da existência de civilizações anteriores à própria formação do casal humano. Nesse sentido, Adão e Eva não teriam sido os primeiros representantes da espécie humana sobre a terra, mas sim uma etapa do desenvolvimento da espécie. Isso explicaria inclusive a aparente contradição apresentada pela Bíblia hebraica ao narrar a criação do homem. Essa contradição está no episódio em que Cain, após matar seu irmão Abel, retira-se para um país ao oriente do Eden e constitui família. Essa informação pressupõe que haveria outras famílias na terra além da formada por Adão e Eva. Esse conflito é resolvido pela Doutrina Secreta com a tese das quatro raças, ou rondas, que segundo essa teoria teria existido antes da atual raça humana, e cujos vestígios desapareceram completamente após o dilúvio. [1]
Os antigos caldeus, dos tempos de Abraão, calculavam o início da sua civilização em quatrocentos e setenta e três mil anos antes da era de Alexandre, o Magno. E diziam que nessa era perdida na bruma dostempos, um céu e uma terra, diferentes dos que observamos hoje, podiam ser contemplados pelos povos que viveram nesses tempos. Os ecos desse passado longínquo remanescem em seus cálculos astrológicos e nas estranhas construções que eles ergueram para servir de base a essas observações.[2]
Todas as tradições antigas falam dessas antigas civilizações que floresceram antes da chamada época histórica e cujas reminiscências são encontradas nas lendas e no folclore dos povos de todo o mundo.
As lendas babilônicas da criação mencionam os seres humanos de tez negra que formaram os “sete povos” de Edom. Os Mistérios da Samotrácia também se referem aos “cabiros”, homens primitivos que constituíram os primeiros exemplares da criação humana. Lendas assírias igualmente se referem aos sete Adamis, primogênitos da criação.
Essas antigas tradições admitem que antes de Adão, o protótipo bíblico admitido como pai da raça humana, existia na terra outras civilizações. Eram raças hermafroditas, que procriavam sem atividade sexual. Hermes Trismegistos, em sua obra Pymander, também fala dos “homens celestes” que se misturaram aos homens primitivos e produziram hermafroditas.
Essas tradições também são encontradas na Bíblia, quando ela cita os audases nefilins, filhos dos anjos caídos com as filhas dos homens. Por isso, quando a Bíblia fala em dilúvio, ela se refere à extinção da raça humana dos tempos anteriores a Adão, ou seja, os atlantes, que constituíam a quarta raça-raíz. São eles os “pecadores” referidos na Bíblia. Isso teria ocorrido cerca de 850.000 anos atrás. [3]
Segundo antigas tradições, referidas nos ensinamentos da Teosofia e adotados por Helena F Blavatsky em seus trabalhos, a nossa atual raça-raíz é a quinta raça do ciclo cármico da humanidade. Ela já existe há mais de 850.000 anos e começou depois da submersão da Atlântida. De acordo com essa doutrina, nesses antigos tempos havia na terra cinco continentes que foram cobertos pelas águas do dilúvio. Esses continentes eram conhecidos como Ilha Sagrada, Hiperbóreo, Lemúria, Atlântida e Europa.[4]
Essas teses sustentam que essas antigas civilizações tinham uma relação mais próxima com a natureza e com as forças que a produzem. Elas as cultuavam na figura de deuses, o que lhes proporcionava uma unidade mais densa com os Princípios (ou Princípio) que regem a vida cósmica. Nessa época acreditava-se que céu e terra não constituíam substratos separados e que o homem não era independente da natureza, nem que deuses e homens fossem feitos de diferentes substâncias.
Foi a conquista dos países orientais, empreendida por Alexandre, o Grande, que fez desaparecer o antigo saber instintivo daquelas civilizações, substituindo-o por uma ciência racional e lógica, voltada exclusivamente para o atendimento das nossas necessidades materiais. Mas para aqueles antigos povos, o mundo já havia vivido uma era dourada, onde homens e deuses viviam em paz e harmonia, cada um cônscio de suas responsabilidades para com a construção e a estabilidade do universo e exercendo com habilidade e competência as suas funções.
Essa era a crença dos antigos egípcios, por exemplo, que pensavam que a sua civilização lhes tinha sido transmitida diretamente pelo Deus Thot, o Filho do Sol, que tinha vindo à terra justamente para essa missão civilizadora. E todas as antigas civilizações guardaram em suas memórias esses contatos diretos com os deuses, que se apresentavam aos homens e falavam com eles face a face.[5]
Nesses dias anteriores, os deuses eram tidos como mestres da construção universal e os homens os seus aprendizes. O que os primeiros faziam no céu refletia sobre a terra e o que se fazia na terra repercutia no céu. Por isso a responsabilidade recíproca na construção e no equilíbrio do edifício cósmico se dividia por igual entre homens e deuses.
Como ensina o conceito egípcio da Maat, sabedoria que é refletida na tradição hermética e na filosofia holística, tudo está em tudo e nada no universo tem existência independente, ou seja, o cosmo é resultado de uma teia de relações, que justifica, inclusive, o famoso conceito moderno do efeito-borboleta (uma borboleta batendo asas na floresta amazônica pode ser a causa de um pavoroso maremoto no Texas).[6]
Isso nos mostra que todos nós temos responsabilidade sobre o que acontece no universo e nossos atos não interessam apenas a nós mesmos. Essa idéia está patente no ensino maçônico, por isso alinhamos entre as influências arquetípicas da Arte Real o tema das civilizações pré-adâmicas, já que estas tinham como principal anelo o zelo pela pelas relações do homem com a natureza, zelo esse que refletia na sua religião anímica.
Todas as tradições antigas falam dessas antigas civilizações que floresceram antes da chamada época histórica e cujas reminiscências são encontradas nas lendas e no folclore dos povos de todo o mundo.
As lendas babilônicas da criação mencionam os seres humanos de tez negra que formaram os “sete povos” de Edom. Os Mistérios da Samotrácia também se referem aos “cabiros”, homens primitivos que constituíram os primeiros exemplares da criação humana. Lendas assírias igualmente se referem aos sete Adamis, primogênitos da criação.
Essas antigas tradições admitem que antes de Adão, o protótipo bíblico admitido como pai da raça humana, existia na terra outras civilizações. Eram raças hermafroditas, que procriavam sem atividade sexual. Hermes Trismegistos, em sua obra Pymander, também fala dos “homens celestes” que se misturaram aos homens primitivos e produziram hermafroditas.
Essas tradições também são encontradas na Bíblia, quando ela cita os audases nefilins, filhos dos anjos caídos com as filhas dos homens. Por isso, quando a Bíblia fala em dilúvio, ela se refere à extinção da raça humana dos tempos anteriores a Adão, ou seja, os atlantes, que constituíam a quarta raça-raíz. São eles os “pecadores” referidos na Bíblia. Isso teria ocorrido cerca de 850.000 anos atrás. [3]
Segundo antigas tradições, referidas nos ensinamentos da Teosofia e adotados por Helena F Blavatsky em seus trabalhos, a nossa atual raça-raíz é a quinta raça do ciclo cármico da humanidade. Ela já existe há mais de 850.000 anos e começou depois da submersão da Atlântida. De acordo com essa doutrina, nesses antigos tempos havia na terra cinco continentes que foram cobertos pelas águas do dilúvio. Esses continentes eram conhecidos como Ilha Sagrada, Hiperbóreo, Lemúria, Atlântida e Europa.[4]
Essas teses sustentam que essas antigas civilizações tinham uma relação mais próxima com a natureza e com as forças que a produzem. Elas as cultuavam na figura de deuses, o que lhes proporcionava uma unidade mais densa com os Princípios (ou Princípio) que regem a vida cósmica. Nessa época acreditava-se que céu e terra não constituíam substratos separados e que o homem não era independente da natureza, nem que deuses e homens fossem feitos de diferentes substâncias.
Foi a conquista dos países orientais, empreendida por Alexandre, o Grande, que fez desaparecer o antigo saber instintivo daquelas civilizações, substituindo-o por uma ciência racional e lógica, voltada exclusivamente para o atendimento das nossas necessidades materiais. Mas para aqueles antigos povos, o mundo já havia vivido uma era dourada, onde homens e deuses viviam em paz e harmonia, cada um cônscio de suas responsabilidades para com a construção e a estabilidade do universo e exercendo com habilidade e competência as suas funções.
Essa era a crença dos antigos egípcios, por exemplo, que pensavam que a sua civilização lhes tinha sido transmitida diretamente pelo Deus Thot, o Filho do Sol, que tinha vindo à terra justamente para essa missão civilizadora. E todas as antigas civilizações guardaram em suas memórias esses contatos diretos com os deuses, que se apresentavam aos homens e falavam com eles face a face.[5]
Nesses dias anteriores, os deuses eram tidos como mestres da construção universal e os homens os seus aprendizes. O que os primeiros faziam no céu refletia sobre a terra e o que se fazia na terra repercutia no céu. Por isso a responsabilidade recíproca na construção e no equilíbrio do edifício cósmico se dividia por igual entre homens e deuses.
Como ensina o conceito egípcio da Maat, sabedoria que é refletida na tradição hermética e na filosofia holística, tudo está em tudo e nada no universo tem existência independente, ou seja, o cosmo é resultado de uma teia de relações, que justifica, inclusive, o famoso conceito moderno do efeito-borboleta (uma borboleta batendo asas na floresta amazônica pode ser a causa de um pavoroso maremoto no Texas).[6]
Isso nos mostra que todos nós temos responsabilidade sobre o que acontece no universo e nossos atos não interessam apenas a nós mesmos. Essa idéia está patente no ensino maçônico, por isso alinhamos entre as influências arquetípicas da Arte Real o tema das civilizações pré-adâmicas, já que estas tinham como principal anelo o zelo pela pelas relações do homem com a natureza, zelo esse que refletia na sua religião anímica.
[1] Helena F. Blavastky- Síntese da Doutrina Secreta,op citado.
[2] Cf. Artur Verluis- Os Mistérios Egípcios, São Paulo, Círculo do Livro, 1988. Essas tradições igualmente constam de antigas fontes vedantas e egípcias, e é citada nos trabalhos de Helena P. Blavatsky. A astrologia e a astronomia são o resultado dessa antiga sabedoria e os famosos “zigurats” dos povos da Mesopotâmea e os obeliscos de Stonehenge, bem como as pirâmides maias e astecas, são exemplos dessas construções.
[3] Evidentemente essas informações não estão de acordo com a cronologia adotada pela Bíblia, que coloca a formação do casal humano como evento primário na história da humanidade. Para a Doutrina Secreta, entretanto, a formação de Adão e Eva não tem essa primazia, já que se trata de uma metáfora que significa a separação da espécie humana em dois sexos (macho e fêmea) e não o início da criação humana.
[4] Síntese da Doutrina Secreta, op citado, pg. 124.
[5]Por isso a tradição de que certos ensinamentos só podem ser transmitidos oralmente. O encontro de Moisés com o Grande Arquiteto do Universo no Monte Sinai, bem como os extraordinários diálogos entre Arjuna e Krishna, que aparecem na Bhagavad Guita, são exemplos desses contatos.
[6] Efeito Borboleta é uma metáfora extraída da famosa Teoria do Caos, proposta por James Gluk segundo a qual o universo se assemelha a uma teia de relações onde um minúsculo distúrbio ocorrido em um local pode causar uma grande mudança em outro.
João Anatalino