Biólogos e veterinários do PAT Ecosmar, uma ONG que atua no manejo e proteção de tartarugas marinhas em Porto Seguro, sul da Bahia, estranharam a ocorrência, em pouco mais de 36 horas, entre os dias 26 e 27 de julho, de sete encalhes de animais juvenis e 16 encalhes de filhotes, vivos. Todos aconteceram ao longo de 15 km de praias naquele município.
Paolo Botticelli, coordenador das equipes de campo da entidade ambiental, informou que os16 filhotes encontrados são da espécie tartaruga-de-pente, sendo que nove deles já puderam ser soltos. Já as tartarugas marinhas juvenis apresentam um quadro mais preocupante, pois todos os animais, diz ele, estão magros e debilitados e não conseguem mergulhar, o que impossibilita que eles se alimentem no mar.
“Isso é sintoma típico das doenças respiratórias e de presença do lixo no estômago e no intestino”, disse. As juvenis são cinco da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas) e duas da espécie tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata).
Botticelli informou que correntes marinhas com águas mais frias, como as verificadas nesse período do ano, podem causar choque térmico nos répteis marinhos. Mas ele ressalta que pelo menos três tartarugas já expeliram bastante lixo, como pedaços de sacolas plásticas e linhas de rede de pesca, entre outros, após a dose de laxante aplicada.
“É preciso ter muito cuidado, as tartarugas comem tudo o que encontram pela frente, e como as águas são poluídas, o resultado é o encalhe e muitas vezes até a morte”, afirmou.
Ele observa que, nessa época de resfriamento, o encalhe é comum, mas não em grande quantidade, em tão curto período de tempo e num mesmo local. “Nessas condições é bem mais raro e chama a atenção”, disse.
As tartarugas estão recebendo cuidados veterinários e serão soltas no mar tão logo se recupere
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