O lançamento do livro ‘Tenente Lucena – Legado de um Educador Social’ será realizado na próxima segunda-feira (10), no Clube dos Oficiais da Polícia Militar da Paraíba, no Aeroclube, em João Pessoa, a partir das 19h. Escrito por Iguatemy Maria de Lucena Martins, a obra retrata a trajetória de João Emídio de Lucena, ou Tenente Lucena, um dos maiores folcloristas do país, e pai da autora.
‘Tenente Lucena – Legado de um Educador Social’ convida o leitor a conhecer Tenente Lucena a partir do diálogo entre a sua história de vida, transcorrida entre Campo Grande, Itabaiana e João Pessoa e os vários espaços sociais onde promoveu ações educacionais e artísticas voltadas para crianças e jovens. Como educador, músico e militar, Tenente Lucena harmonizou sentimentos e prática ao estabelecer vínculos comunitários, atuando em prol dos menores abandonados, de presidiários e deficientes, além de difundir o folclore nordestino e a cultura popular, o escotismo, a formação de corais e bandas de música.
Ao estender suas mãos para construir um novo modelo de amanhã, baseado na conscientização, na arte e no afeto, andou na contramão do individualismo. As suas experiências tornaram-se repositórios de um saber orgânico que o credenciou como um educador social, um ser empático, um pesquisador cuja investigação foi centrada na dimensão humana e na prática social transformadora.
Diferencial: A coerência e a abrangência das ações do Tenente Lucena, analisadas à luz do contexto e das condições da época, (décadas de 1940-1980), permitem conceituar e interpretar o seu trabalho como iniciativa sócio-educacional desbravadora, portadora de uma visão social de futuro, voltada para fortalecer o senso de pertencimento e promover o exercício da cidadania entre as comunidades, por meio da educação, da cultura e da arte.
A forma simples de ser e de agir do Tenente Lucena, e o seu compromisso intenso e verdadeiro com a justiça social, o levou a ser conhecido como “um militar sem gola”, tal a legitimidade das suas iniciativas educacionais transformadoras, voltadas à coletividade e aos mais necessitados, o que lhe projetou como pessoa referencial em várias áreas da sociedade paraibana, nordestina e brasileira.
Legado: A sua dedicação à propagação do patrimônio cultural brasileiro, por meio da educação de jovens de diferentes realidades sociais, incluindo os que viviam nas periferias das cidades, que apresentavam algum tipo de deficiência ou que viviam em conflito com a lei, estimulando mudanças orientadas pela busca da dignidade e do desenvolvimento pessoal dessas populações.
O seu empenho na valorização da cultura brasileira, nordestina e paraibana, por meio da disseminação da arte e do folclore.
Expor o seu legado e notabilizar a sua parte mais humana revelam-se caminhos interessantes para recortar o tempo e dispô-lo às novas gerações, permitindo-lhes compartilhar as lições que ele deixou e a valorizar as suas próprias raízes.
Sobre o Tenente Lucena – João Emídio de Lucena, o Tenente Lucena, nasceu em seis de abril de 1912, no povoado de Campo Grande, em Itabaiana, e tornou-se um dos maiores folcloristas do Brasil. Era estudioso e incentivava os jovens a também seguirem esse caminho e a se dedicarem às tradições populares.
Tenente Lucena era primo segundo do sanfoneiro Sivuca. Em 1918, a família foi morar em São João do Sabugi (RN). Em 1928, João Emídio entrou para a banda de música local, tocando corneta, depois piston e trombone. Cresceu como músico, fundou corais infantis e abrigos de menores carentes.
Foi um dos maiores folcloristas do Brasil, representando a cultura popular paraibana e nordestina. Com seu grupo ‘Terra Seca’ preservou as tradições, usos e artes do povo nordestino, pesquisou e recriou danças populares, em contribuição ao folclore. Além da preservação de tradições nordestinas, também se empenhou na fundação de corais infantis e abrigos.
Foi ainda ator nos filmes paraibanos ‘O salário da morte’, ‘Bagaceira’, ‘Fogo Morto’ e ‘A Canga’.Como Chefe-escoteiro, envolveu gerações; serviu ao Exército Brasileiro; dirigiu a Penitenciária Modelo, em João Pessoa, e a então denominada “Escola Profissional Presidente João Pessoa”. Faleceu em João Pessoa no dia 9 de julho de 1985.
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