O cometa C/2020 F3 NEOWISE, descoberto no final de março, surpreendeu a todos ao se tornar visível a olho nu no céu noturno do hemisfério norte. Além de ter sido fotografado por astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional, ele já foi registrado pelas câmeras de diversos fotógrafos ao redor do mundo. Mas ele também é alvo de observações da NASA, e uma de suas sondas captou imagens impressionantes do NEOWISE.
Trata-se da sonda Parker Solar Probe (que estuda o Sol de pertinho), quando ela estava em posição privilegiada para obter uma visão espetacular e única do NEOWISE, no dia 5 de julho de 2020. Agora, a NASA disponibilizou a imagem, fornecendo também algumas informações sobre o cometa e suas caudas "gêmeas" que estão bem visíveis neste registro.
A foto colorida é uma imagem não processada, obtida a partir dos dados adquiridos pelo instrumento WISPR da Parker Solar Probe, na luz visível. A sensibilidade do WISPR garantiu revelar bem os detalhes da estrutura de cauda dupla do cometa.
Imagem: Johns Hopkins APL/Naval Research Lab/Parker Solar Probe/Brendan Gallagher
No entanto, as caudas gêmeas são vistas mais nitidamente na segunda imagem, em preto e branco, que é uma imagem processada para aumentar o contraste e remover o excesso de brilho da luz do Sol.
A cauda inferior, que parece mais larga e mais difusa, é criada quando a poeira da superfície do núcleo do cometa é “soprada”. Os cientistas esperam que as imagens do WISPR sirvam para estudar o tamanho dos grãos de poeira dentro da cauda maior, bem como a taxa em que o cometa expele poeira do seu núcleo. Já a cauda menor, logo acima, é a chamada cauda de íons, que é feita de gases que são ionizados pela perda de elétrons devido à intensa radiação solar. Esses gases ionizados são também “soprados” pelo vento solar, formando a cauda que se estende diretamente para o lado oposto do Sol.
Imagem: NASA/Johns Hopkins APL/Naval Research Lab/Parker Solar Probe/Guillermo Stenborg
Nessas imagens, parecem haver uma divisão na cauda de íons do cometa. Isso poderia significar que o NEOWISE possui duas caudas de íons, mas os cientistas ainda não podem afirmar isso com propriedade sem antes obter mais dados e fazer novas análises.
Aproximação, Órbita e Visibilidade
O C/2020 F3 NEOWISE fez sua maior aproximação ao Sol (periélio) em 3 de julho de 2020 e, ao retornar para as fronteiras externas do Sistema Solar, cruzará fora da órbita da Terra em meados de agosto. Ele passará a uma distância de 103 milhões de km de distância do nosso planeta, o que será suficiente para dar aos observadores a chance de conferir detalhes sobre sua composição e estrutura.
De acordo com o pesquisador principal do telescópio espacial NEOWISE, Dr. Joseph Masiero, da NASA, o cometa deve ter cerca de 5 km de diâmetro e seu núcleo está “coberto de fuligem, partículas escuras que sobraram de sua formação perto do nascimento de nosso Sistema Solar, 4,6 bilhões de anos atrás”.
(Imagem: Tom Ruen)
Órbita do cometa NEOWISE em projeção estereográfica.
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Nos próximos dias, ele será visível cerca de uma hora antes do nascer do Sol, próximo ao horizonte no céu do nordeste dos Estados Unidos e outros lugares do hemisfério norte. “Os observadores podem conseguir ver o núcleo central do cometa a olho nu no céu escuro; o uso de binóculos dará aos espectadores uma boa olhada no cometa difuso e sua cauda longa e entremeada”, disseram astrônomos da NASA.
Sua proximidade com o Sol pode oferecer alguns desafios para os observadores, por causa da alta iluminação solar. Mas, à medida que se afasta da nossa estrela, o NEOWISE começará a aparecer no céu noturno logo após o pôr do sol, em 11 de julho de 2020. Enquanto se aproxima da Terra para ir embora, pode mostrar mais detalhes de si no céu noturno.
Fonte: Site Canaltech - https://canaltech.com.br
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