quarta-feira, 17 de junho de 2020

São João Batista: o precursor de Jesus

Imagem de São João Batista -  Padroeiro de São João do Sabugi/RN

Hoje conheceremos a história de São João Batista, o primo e precursor de Jesus. Filho único de Zacarias e Isabel, um sacerdote e a prima de Maria, João nasceu em 24 de junho e, desde tenra idade, foi educado nos moldes religiosos, devido à fé de seus pais – a mesma fé que fez com que Isabel engravidasse mesmo sendo estéril, após o anjo Gabriel aparecer a Zacarias e anunciar o milagre.

Uma das passagens mais marcantes da vida de João Batista está descrita no Evangelho de São Lucas, e aconteceu antes mesmo de seu nascimento: quando Maria, já grávida de Jesus, foi saudada como "a mãe do Salvador" ao visitar Isabel, que estava no sexto mês de gestação – "E aconteceu que, ao ouvir a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz, dizendo: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! De onde me vem a honra de que a mãe do meu Senhor me visite?'" [ref. Lc 1, 41-43].

João perdeu o pai muito jovem, entre os 18 e os 19 anos. Para cuidar da mãe e do lar, tornou-se pastor de ovelhas. Após a morte de Isabel, já sem as responsabilidades da casa, doou todos os seus bens e passou a dedicar sua vida ao anúncio da vinda do Messias por toda a Judéia, utilizando-se das profecias e escrituras do profeta Isaías em seus discursos públicos – "Eu sou a voz que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías" [ref. Jo 1, 23].

Os discursos de João eram muito apreciados, pois já havia, entre os judeus, grande esperança na vinda do Cristo. Eles se sentiam prejudicados pela política dos romanos e acreditavam que o Salvador restauraria seu povo como nação independente. João, porém, inspirado pela fé, advertia-os de que suas palavras eram sobre o amor e não tinham foco em ideologias políticas – assim como Jesus faria posteriormente. 

Com todo o "sucesso" que fazia, muitas vezes era chamado de "Messias" por alguns, mas ele prontamente os corrigia, como vemos no Evangelho de São Lucas: "João tomou a palavra e disse a todos: 'Eu vos batizo com água, mas vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo'" [ref. Lc 3, 16].


O "Batista"

Além de falar aos judeus, João pregava a conversão por meio do batismo. O ponto alto de sua história foi quando o próprio Jesus se aproximou, enquanto João batizava judeus e pagãos no Rio Jordão, e pediu para também ser batizado.

A princípio, João relutou, pois achava que ele é quem deveria ser batizado por Jesus; mas, depois, acabou por batizá-lo, para assim reunir a Trindade e instituir este grande Sacramento de redenção e iniciação da vida cristã - "Depois de ser batizado, Jesus logo saiu da água. Então, o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. E do céu veio uma voz, dizendo: "Este é o meu Filho amado, que muito me agrada" [ref. Mt 3, 16].


Imagem e martírio

 O batismo também está representado na iconografia de São João, com a concha na mão esquerda e a mão direita levantada. Outros pontos importantes também se fazem presentes na sua imagem:
- as vestes e o carneirinho, que nos lembram que João era pastor;
- a flâmula com o texto em Latim "Ecce Agnus Dei", que significa "Eis o Cordeiro de Deus" e representa a missão de anunciar a vinda do Messias;
- e a túnica vermelha, que representa seu martírio.

Visto como um líder revolucionário, pois pregava a vinda do Cristo que modificaria a estrutura social da época, João foi preso por determinação do rei Herodes Antipas. Mas o principal motivo de sua prisão foi Herodíades, mulher do rei que havia sido esposa de seu irmão Filipe – "Pois João dizia a Herodes: 'Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão'. E Herodíades o espiava e queria matá-lo, mas não podia" [ref. Mc 6, 18-19]. Aconteceu que a filha de Herodíades, Salomé, encantou o rei e recebeu o direito de pedir o que desejasse; assim, realizou a vontade de sua vingativa mãe: "Quero que me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João, o Batista" [ref. Mc 6, 25].

De tão grande que é, João Batista é o único santo na Igreja do qual se celebra tanto o nascimento, em 24 de junho, como a morte, em 29 de agosto. Mas a memória do martírio "remonta à dedicação de uma cripta de Sebaste, em Samaria, onde, já em meados do século IV, se venerava a sua cabeça. Depois, o culto alargou-se a Jerusalém, às Igrejas do Oriente e a Roma, com o título de Degolação de São João Batista”, explicou o Papa Bento XVI em sua audiência de 29 de agosto de 2013. E acrescentou que "no Martirológio romano faz-se referência a uma segunda descoberta da preciosa relíquia, transportada naquela ocasião para a igreja de São Silvestre, em Campo Márcio, Roma. Estas breves referências históricas ajudam-nos a compreender como é antiga e profunda a veneração de São João Batista".


Festa Junina

São João Batista é um santo com muitos devotos. Na Cidade do Porto, em Portugal, sempre existiu a tradicional Festa de São João do Porto, e esta festa acabou por vir para o Brasil na época da colonização. As Festas de São João continuam até hoje em muitas partes do país com danças, boa comida e muita alegria – principalmente no Nordeste brasileiro, onde seu dia é até feriado em alguns estados.

Porém, não podemos nos esquecer que, além das festas, São João foi um exemplo de vida. Devemos nos lembrar que sua fé foi tão grande que o fez crer em Jesus como Messias antes mesmo de sua Paixão. Ele teve a coragem de pregar o amor de Deus ainda que isso lhe custasse a vida. Tomemos seu exemplo e proclamemos também nós o amor de Deus.

SÃO JOÃO BATISTA, ROGAI POR NÓS!

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