Como surgiu a vaquejada
Essa competição ocorre na região Nordeste do nosso país, mais precisamente no Rio Grande do Norte
Considerada um esporte, a vaquejada é uma atividade que ocorre na região Nordeste do nosso país, como no Rio Grande do Norte, em Pernambuco, no Ceará, na Paraíba, na Bahia, no Sergipe, entre outros. Embora típica dessa região, também podemos encontrá-la no Rio de Janeiro e em Minas Gerais (região Sudeste). No entanto, o berço das Vaquejadas é a cidade de Currais Novos, no Rio Grande do Norte.
Durante a competição, dois homens, a cavalo, perseguem um boi, até emparelhá-lo entre seus cavalos. O objetivo é levar o animal às duas últimas faixas de cal, marcadas no chão onde ocorre a competição. Nesse local, o boi deve ser derrubado pelo puxador, um dos vaqueiros. Este tem a função de puxar o rabo do boi, derrubando-o dentro da faixa apropriada. O outro vaqueiro, o batedor de esteira, tem a função de levar o boi para o derrubador, empurrando-o com as pernas do seu cavalo.
Outra peça fundamental para a competição é o juiz, este atua como árbitro, posicionando-se no alto da faixa onde o boi será derrubado. Dependendo do local em que o animal caia, pontos são somados ou não à dupla. Se o boi for derrubado dentro da faixa própria para esse fim, com as quatro patas para o ar, o juiz grita para o público: “Valeu Boi” (pontos são somados à dupla). Caso isso não aconteça, ele fala: “Zero Boi”(a dupla não consegue somar pontos).
Atualmente, o peão de rodeio, bem como o das vaquejadas, é considerado atleta profissional. Graças à lei nº 10.220, de 11 de abril de 2001. Da mesma forma, o evento ganhou força nos últimos anos, sendo considerado por vários empresários de todo o país uma atividade próspera e lucrativa. Além de ser vista como um grande evento popular, atraindo um público enorme.
Breve história da vaquejada
Antigamente, quando não havia cercas no sertão nordestino, os bois eram marcados e soltos na mata. Após alguns meses, os peões, contratados pelos coronéis, entravam na mata cerrada em busca dos animais, fazendo malabarismos com seus cavalos para escaparem dos arranhões de espinhos e pontas de galhos secos. Mesmo assim, os bravos vaqueiros perseguiam, laçavam e traziam os bois aos pés do coronel. Essa valentia e habilidade dos peões fez com que surgisse, décadas depois, a vaquejada.
Alguns pesquisadores descobriram que, muito antes de 1870, já se praticava a vaquejada no Seridó Potiguar. Uma indicação para isso era a existência dos currais de apartação de bois, que deram origem ao nome da cidade de Currais Novos, também no Rio Grande do Norte. Esses currais foram feitos em 1760. E era entre 1760 e 1790 que acontecia, nessa cidade, a apartação e feira de gado. Foram dessas apartações que surgiram as vaquejadas.
Em meados de 1940, alguns vaqueiros nordestinos começaram a tornar públicas suas habilidades, na Corrida do Mourão, que começou a ser uma prática popular na região. A partir daí, coronéis e senhores de engenho passaram a organizar torneios de vaquejadas, onde os participantes eram os vaqueiros. Estes recebiam apenas um agrado dos coronéis, pois ainda não havia premiações.
Os anos foram passando e alguns fazendeiros nordestinos passaram a promover um tipo de vaquejada onde os vaqueiros tinham de pagar uma taxa para participar da disputa. O montante era revertido para a premiação dos vencedores, bem como para a organização do evento. Assim a vaquejada se popularizou. Atualmente, existem clubes e associações de vaqueiros em todos os estados do Nordeste, calendários de eventos e patrocinadores famosos. Todos relacionados a essa competição.
Os torneios foram sendo aprimorados. As montarias, formadas por cavalos nativos da região, foram sendo substituídas por animais de melhor linhagem. Da mesma forma, o chão batido deu lugar a uma superfície de areia, com limites definidos e regulamento. Agora cada dupla tinha direito a correr três bois. No final da vaquejada, era feita a contagem de pontos, a dupla que somasse mais pontos era campeã, recebendo um valor em dinheiro. Esse tipo de vaquejada é denominado até hoje de “bolão”.
Por Andréa Oliveira
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