Na sequência da chegada dos conquistadores espanhóis encabeçados por Hernán Cortés no século XVI, cerca de 80% da população asteca foram aniquilados por uma epidemia que os locais chamaram "cocoliztli" (doença ou peste em idioma náhuatl) cuja causa foi posta em questão durante quase 500 anos.
Entretanto, um estudo publicado na segunda-feira (15) na revista Nature Ecology and Evolution identificou como possível razão a "febre entérica", similar à febre tifoide, descartando assim tais doenças como a varíola, o sarampo, a caxumba ou gripe como possíveis causas.
Graças ao uso de uma nova ferramenta de análise metagenómica de DNA, extraído de 29 esqueletos sepultados em Oaxaca, México, ligados à primeira epidemia de peste em 1545, os cientistas encontraram vestígios de uma bactéria, a Salmonella enterica, que provocou a febre entérica.
Ashild Vagene, da Universidade de Tubinga (Alemanha) e coautora do estudo, considera este agente patogênico como “forte candidato” para se tornar a causa principal do brusco declínio da população durante o "cocoliztli" registrado entre 1545 e 1550.
No início do ano passado dois estudos apresentaram pela primeira vez a Salmonella como o possível culpado. Entretanto, Maria Ávila-Arcos, uma geneticista da Universidade Nacional Autónoma de México (UNAM) disse não estar de acordo com os resultados. Ela sublinha que muitos especialistas acham que foi um vírus e não uma bactéria que causou a "cocoliztli".
O surto desta doença é considerado um dos mais mortais na história da humanidade junto com a peste bubônica acabou com a vida de 25 milhões de pessoas na Europa Ocidental no século XIV.
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