Padre Natanael Ergias de Medeiros foi Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Ó, de Serra Negra, em dois períodos, 1921-1922 e 1928-1930. Durante essas fases, no entanto, dizia-se que passava muito mais tempo em São João do Sabugy (que integrava aquela jurisdição eclesiástica), onde, inclusive, mandou construir o “quarto do padre” da Casa Paroquial, comunicando-se diretamente com o jardim.
O Padre Natanael ficava bastante ausente da sede da paróquia, onde “só aparecia [...] nas quatro festas do ano”, conforme afirma Raimundo Nonato da Silva (1955). Questionado pela Diocese de Natal, após queixas dos fiéis serra-negrenses, costumava responder que, em São João, “a água era melhor e soprava um vento mais sadio”. As más línguas boatavam que, na vera, Natanael não obedecia às normas do celibato sacerdotal, tendo um relacionamento amoroso na povoação.
Mesmo que sua missa fosse “de pouco latim” (expressão popular para a cerimônia religiosa muito curta), o Padre Natanael era “conversador, dotado de um alto espírito de amizade e sempre alegre”. Raimundo Nonato informa que ele gostava de bons perfumes, por isso, em Mossoró (onde também foi pároco), dedicaram-lhe uma quadrinha:
“De batina perfumada
Com ares de Coronel
Canta Deus e freta o mundo
O Padre Natanael”
Tomei conhecimento de outra versão dessa quadra, bem menos polida, feita por um botador d’água de Serra Negra, na mesma época.
A imagem equestre do Padre Natanael Ergias de Medeiros, clicada por José Ezelino e datada de 10 de julho de 1923, está dedicada a Francisco Quinino de Medeiros, a partir de Flores (atual Florânia, onde também foi pároco).
(Acervo de Hildete Quinino de Medeiros)
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