quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Memórias de São João do Sabugi/RN - O Bangalô !

O Bangalô e o seu construtor/proprietário, Noé Cordeiro de Lucena, ao portão, na década de 1930.
Uma nota para a visão futurista do seu idealizador: indagado sobre o motivo de erigir residência tão cara fora dos limites da povoação de São João do Sabugy, Noé argumentava que brevemente ali seria o centro do lugar. Hoje vemos que o olhar profético se cumpriu.
A construção claramente traz referências da "art déco", estilo que exerceu grande influência na arquitetura do período 1925-1939, marcada pela simplicidade, limpeza e funcionalidade, caracterizando-se pelo emprego das linhas geométricas, numa adaptação dos princípios do cubismo.
Comerciante de algodão, comprando-o no Seridó e exportando-o através de Campina Grande e Recife, Noé Lucena era casado com Luzia Medeiros de Lucena (filha do Prof. Manoel Martiniano de Medeiros e Iluminata), com quem gerou os seguintes filhos: Noêmia, Djanira, Lindalva, Waldir e Ruy (Ruy Lucena, bacharel em Direito, patrono do Fórum da Comarca de São João do Sabugi).
Como qualquer objeto da cultura material, a fotografia também possui uma "memória", impressa em si, gravada, escarificada. Neste caso específico, há uma incisão e desgastes provocados pela ação de insetos ou de outrem.
(Fotografia do acervo de Hildete Quinino de Medeiros)

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