Em muitos casos a Lava Jato revelou a podridão do mundo dos negócios e da política.
Na manchete de hoje da Folha, agora, o que se revela é a ponta do iceberg do processo de manipulação que os investigadores da Lava Jato, neste caso os de Brasília – embora tudo indique que o mesmo se deu em Curitiba – usaram nos casos de delação premiada.
O e-mail do agora ex-procurador Marcelo Miller, integrante da cúpula da Procuradoria Geral da República, orientando a delação premiada dos executivos da JBS tem um elemento que faz crer que o “negócio” entre eles foi tramado de forma muito diferente do que foi apresentado publicamente.
Não é crível que uma negociação com uma empresa do porte da JBS estivesse ocorrendo sem o conhecimento do procurador-geral de então, Rodrigo Janot. Trata-se do “segundo roteiro de reunião”, o que indica ter havido, antes, uma primeira reunião, antes de Joesley Batista ter gravado a conversa com Michel Temer.
E que, portanto, sugere que se armou algo que se parece com uma ratoeira, sem que isso retire do rato a sua condição de roedor.
Tudo isso só veio á tona, recordemos, por conta da desastrada gravação da “conversa de bebuns” involuntariamente gravada entre Joesley Batista e Ricardo Saud, ambos com a língua solta pelo uísque.
Como em Curitiba a turma tem cara de que não gosta de beber, é mais difícil ocorrer este “in vino veritas”
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