Senadora Fátima Bezerra chama Michel Temer de 'conspirador'
"Não tenho dúvida de que estamos vivenciando uma tentativa de golpe de Estado principalmente pelos nossos acertos. Diante da crise econômica internacional, o Brasil tem duas alternativas: preservar os privilégios de uma minoria ou preservar os direitos da maioria. O golpe em curso é o atalho encontrado pelos que foram derrotados nas urnas, a oposição conservadora que se aliou a dupla Michel Temer (o conspirador) e Eduardo Cunha (o réu) para implementar o seu projeto antipovo. O PT e o governo Dilma são barreiras no caminho daqueles que querem vender o Brasil, por isso a sanha golpista deles."
Leia entrevista completa ao Jornal De Fato:
Em entrevista ao JORNAL DE FATO, a senadora potiguar Fátima Bezerra (PT) diz que o momento não é o adequado para falar das eleições de 2018; não esconde a sua frustração com o governador Robinson Faria e o seu filho, deputado federal Fábio Faria, pelo voto a favor do impeachment; e reconhece que a presidenta Dilma e o PT cometeram erros. Líder da primeira corrente a romper com o PSD em nível estadual, a senadora diz acreditar que a permanência do PT no governo municipal dependerá muito da posição do prefeito ao longo desse processo. Confira na entrevista.
JORNAL DE FATO – Como a senhora analisa a votação do impeachment na Câmara?
FÁTIMA BEZERRA – Analiso como a maioria da sociedade brasileira e como a imprensa internacional: foi um verdadeiro festival de horrores. Sabíamos que não seria fácil derrotar o golpe na Câmara, mas não sabíamos que os golpistas seriam capazes de protagonizar cenas tão lamentáveis, deploráveis.
PELAS especulações, o impeachment deve passar também na Comissão do Senado. O quadro é esse mesmo ou poderá ser alterado?
NADA está dado. Acho que os episódios de domingo podem afetar a correlação de forças no Senado. A sociedade está assustada não apenas com a possibilidade de ruptura democrática, mas também com a possibilidade de o país ser governado pelo conspirador Michel Temer e pelo réu Eduardo Cunha.
E NO plenário, a situação do governo no Senado é melhor do que na Câmara?
Sabemos que não será uma batalha fácil, mas acredito que o debate no Senado seja mais qualificado e menos histérico, que as senadoras e os senadores não vão querer se igualar aos parlamentares que votaram a favor do impeachment na Câmara. A história não perdoará os golpistas.
O QUE o governo precisa fazer para conseguir a maioria necessária no Senado para arquivar o impeachment?
DEMONSTRAR que a saída para a crise não é a ruptura democrática, não é alguém cair de paraquedas numa cadeira presidencial que não lhe pertence, mas sim o aprofundamento da democracia brasileira. O governo precisa assumir compromissos nítidos com o setor produtivo e com a classe trabalhadora. O Senado não é uma ilha isolada da realidade. O que acontece fora, repercute lá dentro.
A PRESIDENTA Dilma está passando por todo esse processo por seus erros ou pelos erros do PT?
É LÓGICO que o governo cometeu erros, assim como o PT. Mas não tenho dúvida de que estamos vivenciando uma tentativa de golpe de Estado principalmente pelos nossos acertos. Diante da crise econômica internacional, o Brasil tem duas alternativas: preservar os privilégios de uma minoria ou preservar os direitos da maioria. O golpe em curso é o atalho encontrado pelos que foram derrotados nas urnas, a oposição conservadora que se aliou a dupla Michel Temer (o conspirador) e Eduardo Cunha (o réu) para implementar o seu projeto antipovo. O PT e o governo Dilma são barreiras no caminho daqueles que querem vender o Brasil, por isso a sanha golpista deles.
COMO a senhora analisa a decisão do deputado Fábio Faria de votar favorável ao impeachment?
LAMENTÁVEL. Uma traição sem precedentes. Um parlamentar tão jovem decidir entrar para a história como golpista. Espero que ele perceba as consequências dessa decisão.
A SENHORA se arrepende de ter apoiado Robinson Faria?
NÃO é hora de olhar para o passado. Naquele momento, a aliança com o PSD foi o caminho mais adequado para enfrentar a aliança oligárquica e implantar um projeto local em sintonia com o plano nacional. Lógico que jamais passou em nossa cabeça que em um dos momentos mais difíceis faltasse solidariedade e sobrasse traição e ingratidão por parte do governador e do seu filho.
O PT rompeu com o PSD em nível estadual. A senhora defende que o mesmo posicionamento seja seguido em Mossoró?
O DIRETÓRIO municipal do PT mossoroense tem autonomia para debater se permanece ou não na gestão municipal. Acredito que dependerá muito da posição do prefeito ao longo desse processo.
O PT mantém a pré-candidatura de Mineiro a prefeito de Natal, mesmo sem contar com o apoio de Robinson?
SEM dúvida. Antes de tudo isso acontecer, Mineiro já havia dito para a imprensa que era candidato com ou sem o apoio do governador. O PT terá candidato a prefeito de Natal e o nome dele é Fernando Mineiro.
DIANTE do rompimento com o PSD, o PT pode ter candidatura própria ao Governo em 2018 com a senhora sendo candidata?
ACHO que seria uma tremenda falta de responsabilidade discutir as eleições de 2018 num momento como este. Cada dia com sua agonia. Estamos totalmente dedicados à luta em defesa da Democracia.
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