Metade dos reservatórios em estado crítico
Tribuna do Norte - Não há mais esperança para este ano. O mês de agosto se aproxima do fim e o sertanejo não vê prenúncio de chuva no céu limpo e azul do sertão. O inverno deste ano no semiárido nordestino, apesar de classificado como normal pela meteorologia, não foi capaz de encher os reservatórios de água no interior do Rio Grande do Norte a índices satisfatórios. Resta, agora, esperar por um 2015 menos doloroso. Mais da metade dos açudes monitorados pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) está com o nível abaixo dos 20% da capacidade total. Índice considerado crítico pelos especialistas. Além disso, cinco cidades convivem com colapso no abastecimento e outros municípios estão em estado de emergência devido à situação climática desfavorável.
O Estado possui ao todo 46 reservatórios monitorados periodicamente pela Semarh. Os açudes e barragens estão localizado nas bacias dos rios Apodi/Mossoró, Piranhas/Açu, Ceará-Mirim, Potengi, Trairi e Jacú. De acordo com levantamento divulgado pela secretaria na última sexta-feira, dia 15, pelo menos 25 mananciais estavam com a situação volumétrica em estado crítico, ou seja, com menos de 20% da capacidade total. De acordo com a coordenadora de Gestão de Recursos Hídricos da Semarh, Joana D’arc Medeiros, o Estado continua em alerta. No início do ano, as chuvas ajudaram a recuperar alguns açudes, mas reservatórios importantes como o Gargalheiras, Itans e o açude de Pau dos Ferros quase não acumularam água. “Houve uma recuperação parcial, abaixo da nossa expectativa. Sabíamos que os açudes não iriam encher, mas o prognóstico era mais animador. Infelizmente, mananciais importantes não receberam volume de água considerável e a situação continua preocupante”, coloca.
Em Acari, distante 201 quilômetros de Natal, o açude Gargalheiras – que tem capacidade para armazenar 44.421.480 metros cúbicos de água – está com o volume de 3.274.877 metros cúbicos, o que representa 7,37% de sua capacidade total. O açude Itans, localizado em Caicó, a 256 quilômetros da capital, é outro reservatório em situação alarmante. Com capacidade para acumular até 81.750.000 metros cúbicos de água, o açude está com 13,08% da capacidade, ou seja, 10.695.000 metros cúbicos. Água que, segundo a Emparn, suporta abastecer as cidades atendidas pelo açude até janeiro do próximo ano. A vazão de retirada é de 185 litros por segundo. Já em Pau dos Ferros, a 400 quilômetros de Natal, o principal açude da cidade, que leva o mesmo nome do município, está com 7,67% de sua capacidade total. O reservatório pode receber até 54.846.000 metros cúbicos de águas, mas, atualmente, reserva apenas 4.205.000 metros cúbicos. A vazão de retirada é de 45 litros por segundo e, se continuar com essas configurações, suporta abastecer a cidade até março do próximo ano.
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