Sinais encontrados em um canavial de Riolândia (555 km de São Paulo) em 2008 foram provocados por óvnis (objetos voadores não identificados). Concluído neste mês, o chamado “Dossiê Riolândia” foi produzido por ufólogos do Inape (Instituto de Astronomia e Pesquisa Espacial), que estudam o fenômeno há seis anos. A pesquisa não consta de publicações científicas.
“Em um caso como esse, geralmente esperamos alguns anos para ver se o evento se repete, se é cíclico. Hoje podemos dizer que foi um fenômeno sobrenatural, extraterrestre”, disse o engenheiro eletrônico Jorge Nery, do Inape, ONG com sede em Araçatuba (527 km da capital). A Aeronáutica não se manifestou especificamente sobre o caso, mas informou que os registros sobre “objetos voadores não identificados” existentes no Comdabra (Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro) são enviados ao Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.
Ainda segundo a Aeronáutica, há mais de 700 documentos à disposição no Arquivo Nacional para consulta pública, dos anos 1950 até 2012. Os supostos objetos voadores redondos que emitiam fachos de luz forte foram observados por moradores e turistas de Riolândia pela primeira vez no dia 20 de janeiro de 2008. Depois, se repetiram alternadamente até o mês seguinte, e não voltaram mais.
Segundo os ufólogos, eles deixaram marcas –círculos com plantas amassadas, como se tivessem sido “dobradas”– em um canavial com cerca de dois metros de altura. Um deles tinha 60 metros de diâmetro e outros dois, cerca de 30 metros cada. A hipótese de um tornado foi descartada. “Em volta, tudo estava no lugar. Até as flores de coqueiros da entrada da fazenda. Se fosse ventania, as plantas em volta estariam quebradas e as frutas, no chão”, disse Nery.
Um aparelho que mede a radiação também foi usado nas pesquisas. “Não observamos nenhuma alteração no local, nem sequer aumento de temperatura.” Também foram encontradas pegadas consideradas estranhas, mas os pesquisadores não chegaram a nenhuma conclusão sobre elas. Ao todo, 11 pesquisadores –incluindo um japonês, que participou informalmente atraído pela repercussão das supostas aparições–, trabalharam no caso.
O grupo incluiu, além de ufólogos, agrônomos, geógrafos, meteorologistas, técnicos em segurança do trabalho, especialistas na cultura da cana-de-açúcar e técnicos em eletrônica, entre outros. Segundo o ufólogo Ademar José Gevaerd, a Aeronáutica tinha conhecimento de atividades de óvnis na região noroeste do Estado de São Paulo, onde fica Riolândia.
Ele contou que um funcionário da Aeronáutica em São Paulo teria dito que o Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa e Controle do Tráfego Aéreo) de Tanabi (477 km de São Paulo), na região, registrou ocorrências de “tráfego H” no mesmo período do registro em Riolândia. “Acredito serem mesmo óvnis. Essa região, entre o noroeste de São Paulo e sul de Minas Gerais, é o ponto de maior incidência no Brasil”, disse Gevaerd.
O Inape, segundo Nery, existe desde 1996 e integra a Rede Brasileira de Astronomia, que realiza estudos e pesquisas em astronomia. O objetivo é despertar o interesse de natureza científica em crianças, adultos e universitários.
SEM MEDO
Apontado como a principal testemunha do fenômeno estudado em Riolândia, Maurício Pereira da Silva, 46, disse que está “aliviado” com a conclusão do estudo do Inape. Arrendatário à época de uma pousada que ficava na área em que os supostos óvnis apareceram, ele disse que ninguém acreditou nele à época.
“Muita gente me chamava de louco, de mentiroso, disseram que eu só queria fazer propaganda da pousada.”
Ele disse ter visto os óvnis da janela da cozinha, quando se levantou para beber água.
Dias depois da primeira aparição, ele chamou o irmão para passar a noite acordado, esperando os “extraterrestres”.
“Eles voltaram naquela noite. Era 3h. Nós vimos de longe, mas quando chegamos perto, ficamos paralisados, como se tivéssemos dormido. Acho que sofremos um tipo de hipnose, porque só acordamos na sala da pousada, em pé, três horas depois. Meu irmão também não se lembra de nada”, disse. Os pouco mais de 11 mil moradores de Riolândia até hoje comentam o caso.
Uns contam que avistaram o objeto cheio de luzes coloridas, outros que viram uma coluna de água no meio do rio, como se a água estivesse sendo sugada para cima. Há, ainda, quem diga ter visto criaturas semelhantes a cachorros que andavam em duas patas e depois saíam voando. Maurício deixou a pousada e hoje mora com a família em São José do Rio Preto, mas passa a semana trabalhando como pescador em uma casa flutuante no rio Grande.
“É uma coisa que não se esquece, nunca. Moro aqui, no rio. Fico sozinho a semana inteira, mas não tenho mais medo de extraterrestres.”
http://www.etseetc.com/2014/01/estudo-de-ufologos-diz-que-ovnis-visitaram-cidade-do-interior-de-sp-em-2008/
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