Aviões militares dos EUA e da URSS têm histórias de desaparecimento que só teorias ajudam a entender como aconteceram.
Há 5 anos, um avião Lockheed R7V-1 Super Constellation da Marinha dos EUA desapareceu no Atlântico sem deixar rastro. O destino dos 42 passageiros continua desconhecido. A operação de resgate, buscando destroços e carga, continuou por mais de uma semana. A bordo havia 111 coletes salva-vidas, 5 balsas e 660 copos de papel. Alguma coisa deveria ter vindo à tona quando o avião caiu, mas nunca foi encontrado nada.
Esquadrilha sumida
No dia 5 de dezembro de 1945 cinco aviões-torpedeiros americanos Grumman TBF Avenger decolaram da base militar de Fort Lauderdale, perto de Miami. O tempo estava ensolarado e as condições para o voo de treinamento eram ideais. À esquadrilha foi atribuída uma tarefa: seguir para o ponto A, efetuar um bombardeamento de treino, virar em direção ao ponto B, aí virar e prosseguir em direção à base. Os pilotos conheciam bem o percurso, todos os pontos de navegação estavam referenciados por pontos de orientação visual. O comando alocou duas horas para tudo, mas os tanques foram abastecidos com combustível para cinco horas e meia de voo.
No início tudo correu como estava planejado. Os Avengers encontraram o alvo de treino, bombardearam com sucesso e iniciaram o regresso por volta das 15h30. Mas, cinco minutos depois, o comandante da esquadrilha relatou à base que os aviões estavam perdidos e que não conseguia ver terra. Os pilotos mudaram de direção por várias vezes, mas nunca chegaram à costa. A última vez que o comandante entrou em contato foi às 19h00, foi estimado que uma hora depois o combustível teria acabado e os aviões provavelmente pousaram na água.
Esquadrilha de cinco aviões-torpedeiros Avenger
O comando da Marinha dos EUA organizou uma das maiores operações de busca da história. Estiveram envolvidos mais de 300 aviões do Exército e da Marinha e 21 navios. A costa da Flórida, os arquipélagos de Flórida Keys e Bahamas foram escrupulosamente revistados, mas não foi encontrado um único vestígio. A busca parou após algumas semanas. As tripulações dos Avengers ainda hoje estão consideradas como desaparecidas. Este incidente ficou na história da aviação como a ocorrência aérea mais misteriosa.
O Departamento de Investigação da Marinha concluiu que a culpa foi do fator humano e responsabilizou o tenente Carroll Taylor, comandante da esquadrilha. Segundo a versão oficial, ele teria confundido a rota e levado os Avengers para o oceano Atlântico. Há muitas outras hipóteses, incluindo paranormais. A esquadrilha desapareceu no meio do Triângulo das Bermudas, onde se acredita que ocorram fenômenos anômalos. Porém, essas versões não receberam confirmação oficial.
Desapareceu com bombas
Em 10 de março de 1956, um bombardeiro B-47 Stratojet com duas bombas atômicas a bordo desapareceu sem deixar rastro sobre o mar Mediterrâneo. Nesse mesmo dia, quatro aviões partiram da Base da Força Aérea de McDill, na Flórida, para a base de Ben Guerir, em Marrocos. O grupo atravessou com sucesso o Atlântico e foi reabastecido no ar. O segundo reabastecimento estava planejado sobre o mar Mediterrâneo. Os bombardeiros estavam baixando de altitude em meio a nuvens. Quando a visibilidade ficou restabelecida, faltava um avião. O piloto não emitiu nenhuma comunicação.
Bombardeiro americano Boeing B-47 Stratojet
Foram enviados grupos de busca para as últimas coordenadas conhecidas do avião. Militares franceses e marroquinos participaram da operação de resgate ao largo da costa argelina, também navios da Marinha Real britânica chegaram à zona do alegado acidente. No entanto, nada foi encontrado. Os três membros da tripulação do bombardeiro continuam desaparecidos.
Clarão no céu
Na noite para 16 de março de 1962, um avião americano Lockheed L-1049 Super Constellation, que transportava militares dos EUA para o Vietnã, desapareceu sobre o oceano Pacífico. Após reabastecer na ilha de Guam, o avião dirigiu-se para a base aérea de Clark, nas Filipinas, mas nunca chegou a essa base. A meio do caminho, a ligação com o avião foi interrompida. Mais de mil pessoas, várias dezenas de navios e aviões estiveram envolvidas na operação de busca, mas tudo sem sucesso.
CC BY-SA 3.0 / RUTHAS / LOCKHEED L-1049H SUPER CONSTELLATION N6918C OF FLYING TIGER LINE AT LONDON GATWICK IN 1964
Avião Lockheed L-1049H Super Constellation da companhia aérea Flying Tiger, semelhante ao desaparecido
Segundo as conclusões da comissão de investigação, "é impossível saber a razão do desaparecimento do avião devido à falta de provas físicas". O avião estava em perfeito estado de funcionamento, as condições meteorológicas eram próximas do ideal e não foram relatadas situações de emergência pela tripulação do L-1049. A única pista foi o testemunho da tripulação do navio-tanque Lenzen, que estava na mesma área em esse momento. Os marinheiros relataram ter visto um clarão brilhante no céu que parecia uma explosão, mas a inspeção da área acabou em nada. Os 11 tripulantes e 96 passageiros foram considerados mortos. Pelo número de pessoas a bordo, este é o maior desaparecimento de um avião no século XX.
Pousaram na água e sumiram
Em 23 de março de 1951, um avião de transporte americano Douglas C-124 desapareceu dos radares. O avião transportava 44 soldados do Aeródromo de Walker, no Novo México, para a Base da Força Aérea de Mildenhall, no Reino Unido. Entre os passageiros estava o brigadeiro-general da Força Aérea Paul Thomas Cullen, que estava a caminho da Inglaterra com seus subordinados para formar a 7ª Divisão de Aviação Estratégica.
O avião estava sobre o Atlântico, 1.500 quilômetros a sudoeste da Irlanda, quando a carga pegou fogo e o operador de rádio enviou um sinal de socorro. A tripulação pousou o avião na água e todos os que estavam a bordo se transferiram para cinco balsas salva-vidas. Um bombardeiro de longo alcance B-29 saiu de Inglaterra para ajudar. A tripulação viu as jangadas e sobrevoou-as enquanto tinha combustível. Após isso, o B-29 voltou para a base.
Foi então que o inexplicável começou. Navios e aviões de resgate só chegaram ao local do pouso 19 horas depois, no dia 25 de março. Mas eles não viram nem o avião nem as balsas de salvamento. Pesquisaram milhares de quilômetros quadrados, mas voltaram sem ter descoberto nada. O que aconteceu ao avião, à tripulação e aos passageiros continua desconhecido.
Naquela época se falava da "mão do Kremlin", que o sequestro dos militares americanos teria sido feito por navios soviéticos, supostamente por causa do alto valor do brigadeiro Cullen para a inteligência. No entanto, essa hipótese não foi confirmada.
Um ano de busca
Não foram só aviões de guerra americanos que desapareceram sem deixar rastro. Em 12 de agosto de 1937, um bombardeiro soviético de longo alcance DB-A com o número de matrícula N-209 decolou de um aeródromo na região de Moscou e dirigiu-se para Arkhangelsk. A tripulação sob comando do Herói da União Soviética Sigismund Levanevsky devia voar daí para Fairbanks, no Alasca. A julgar pelas primeiras mensagens de rádio enviadas pelo avião, tudo estava correndo bem. Mas em 14 de agosto, Levanevsky transmitiu que estava "voando com ventos fortes e nuvens densas, as janelas da cabine estão cobertas de gelo e um dos motores está danificado". O avião estava na região do Alasca. Na sequência desta comunicação, o contato com o DB-A foi interrompido.
© SPUTNIK /
Tripulação do avião DB-A, com número de cauda H-209, em 12 de agosto de 1937
Pilotos da União Soviética, Canadá e Estados Unidos procuraram o avião durante cerca de um ano. No entanto, não foram encontrados corpos ou destroços. Foram apresentadas várias versões. De acordo com uma delas, a tripulação teria aterrissado de emergência perto da cordilheira de Endicott, no Alasca. Os pilotos americanos examinaram cuidadosamente esta área, mas sem obter resultados. Talvez o bombardeiro tenha pousado em um banco de gelo à deriva que o tenha levado para o oceano Atlântico. Esquimós parecem ter visto o avião caindo na água perto da ilha de Tatis. Uma inspeção dessa área também foi infrutífera. Os pilotos foram oficialmente declarados mortos.
Via Sputinik
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