PF deflagra operação contra extração ilegal de madeira na terra dos Awá no Maranhão
PF deflagra operação contra extração ilegal de madeira na terra dos Awá no Maranhão
RIO — A polícia federal realiza na manhã desta quinta-feira uma operação, batizada de “Hymenaea”, com o objetivo de combater a extração e comercialização ilegal de madeira prevenientes da Terra Indígena Caru e da Reserva Biológica do Gurupi, no Maranhão. Em agosto de 2013,mostrou que a extração de maneira na região ameaça os Awá, um dos últimos povos indígenas apenas caçadores e coletores, que vive no que resta da Floresta Amazônica no estado. Ao todo, foram expedidas 77 medidas judicais, das quais 11 são mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária e 56 mandados de busca e apreensão. Também foi suspensa a certificação de 44 empresas brasileiras. O nome da operação faz referência a uma das espécies exploradas ilegalmente na região. De acordo com a PF, a organização fazia a extração nas reservas indígenas por meio de documentação fraudulenta, que garantia o transporte e retirada de madeira das áreas protegidas. Um dos membros da quadrilha era responsável por emitir os documentos destinados a microempresas laranjas cadastradas como construtoras no Rio Grande do Norte. O grupo teria movimentado R$ 60 milhões com a atividade. Foram sequestrados mais de R$ 12 milhões de pessoas físicas e jurídicas envolvidas, preveniente de lavagaem de dinheiro associada à extração. Os investigados responderão por participação em organização criminosa, lavagem de capitais, roubo de bens, desmatamento na Terra índígena Caru e Reserva Biológica do Gurupi, entre outros crimes. A repórter Míriam Leitão e o fotógrafo Sebastião Salgado junto aos índios Awá, na Aldeia Juriti, localizada na Reserva Biológica Gurupi, no Maranhão Foto: O Globo A Reserva Biológica Gurupi foi criada em 1961 por Janio Quadros com 1,6 milhão de hectares. Nesses 52 anos, os limites foram reduzidos, mas a área é duplamente protegida por ser reserva e Terra Indígena Foto: Agência O Globo A terra dos Awá já foi demarcada, homologada, e registrada no Diário Oficial da União com 116.582 hectares. Todas as contestações judiciais, que vêm desde os anos 1980, foram consideradas improcedentes Foto: Vista aérea da floresta amazônica, onde o território Awá está localizado. Mesmo com todas as decisões judiciais, ele tem sido desmatado pelos madeireiros e ainda é ocupado por posseiros e grileiros Foto: O fótografo Sebastião Salgado chama atenção para o fato de que esse não é somente um terrítório indígena, e sim da União, cuja obrigação de zelar por ele é a mesma que a de todos os brasileiros Foto: Parte da floresta ainda permanece intacta por causa de seu relevo acidentado, o que torna difícil para os madeireiros ilegais penetrá-la e usar escavadeiras para criar aberturas Foto: Milhares de exemplares de madeira nobre são objetos de desejo de madeireiros na região Foto: O povo Awá está extremamente vulnerável. Eles são pouco mais de quatrocentas pessoas e vivem cercados de municípios que dependem da extração da madeira Foto: Os Awá pertencem a um dos últimos grupos indígenas considerados caçadores e coletores e são definidos pela Funai como ‘índios de recente contato ou isolados’ Foto: Os Awá foram contatados em 1979 - alguns indivíduos só no final da década de 90 - e há fortes indícios de grupos que permanecem fugindo mata adentro Foto: Duas jovens famílias Awá. Da esquerda para a direita, Tykaco com sua esposa Aparana´i sentada ao seus pés e grávida, e Jui´i com sua esposa, Xikapiõ, também grávida Foto: Piraima´a (ao centro e de pé), com sua família. Da esquerda para a direita, seu filho Jui´i, com sua esposa Xikapio, que espera um bebê, a esposa Paicon com a filha Manimy sentada no seu colo e os irmãos dela, Makatan (sentado) e Kiripi, com um sagui negro nos braços Foto: Amerytxia é a anciã da comunidade Awá. Ela decidiu viver sozinha na floresta, distante da Aldeia Juriti, com apenas uma rede e uma fogueira Foto: O jovem guerreiro Jui´i e sua esposa Xikapio Foto: O Globo Da esquerda para a direita Juritximitan, Makoeri (criança) e Muturuhum próximo ao acampamento de caça Foto: Pirama´a sentado próximo ao rio Caru. Ele é um dos mais importantes caçadores da Aldeia Juriti Foto: Com a ajuda de um integrante da comunidade Awá, o índio Hiraho prepara a a construção de um abrigo no acampamento de caça, distante dois dias a pé da Aldeia Juriti Foto: Enquanto pesca no rio Caru, a índia Coina amamenta seu filho recém-nascido, o quinto da prole Foto: Criança Awá brinca na rede em cena rotineira na Aldeia Juriti Foto: Crianças brincam em árvore próximo ao rio Caru, na Aldeia Juriti Foto: O pequeno Makoeri se prepara para se jogar no rio Juriti, que é um afluente do rio Caru Foto: Crianças Awá se refrescam no rio Caru Foto: Crianças Awá esvaziam uma canoa para tentar se equilibrar durante um banho de rio Foto: Antes de sair à caça, ao amanhecer, o índio Muturuhum aquece suas flechas para alinhá-las Foto: O jovem guerreiro Jui´i posa com seu quati de estimação antes de sair à caça... Foto: Aqui o jovem guerreiro identifica um alvo entre as árvores para lançar sua flecha Foto: O índio Txiparamatxa´a carrega um macaco saquê preto, após flechá-lo duas vezes sobre as árvores, numa altura de mais de 30 metros Foto: Sebastião Salgado/ Amazonas Images O índio Piraima´a (à esquerda) mostra ao lado de seu pai Pirama´a as marcas feitas pelos madeireiros em um ipê, árvore sagrada para os Awá e altamente valiosa no mercado ilegal Foto: Soldados do Exército brasileiro cortam em pequenos troncos as toras de árvores derrubadas ilegalmente pelos madeireiros, na tentativa de inutilizá-las Foto: c Após a derrubada ilegal das árvores, os madeireiros as camuflam na própria floresta, onde as tratam para já levá-las à serraria Foto: Sebastião Salgado Um membro da FUNAI e um agente do IBAMA flagram um caminhão que transportava madeira ilegalmente, retirada da reserva indígena Foto: c Isolada da Aldeia Juriti, no coração da floresta, a anciã Amerytxia é considerada responsável pela criação de vários índios Awás Foto: 1 de 32
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