O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ofereceu R$ 40 milhões em recursos extras, repassados por emendas parlamentares até 2022, para que deputados votem a favor da Reforma da Previdência, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
À publicação, líderes de cinco partidos confirmaram a oferta feita pelo articulador do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em um movimento que lembra governos anteriores – nas redes sociais, a manobra descrita pela Folha foi chamada de "Mensalão 2.0", em referência ao esquema protagonizado pelo PT na era Lula.
A proposta de Lorenzoni, segundo o jornal, foi feita durante um encontro na semana passada na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). De acordo com os líderes partidários, a proposta do ministro eleva em 65% manejo do Orçamento por congressistas para obras e investimentos de infraestrutura em seus redutos eleitorais.
As fontes dos recursos mencionados por Lorenzoni também não foi esclarecida, informou a Folha, mas permitiria um acréscimo de R$ 10 milhões aos R$ 15,4 milhões em emendas que os deputados têm direito. O jornal também destacou que os partidos procurados foram DEM, PP, PSD, PR, PRB e Solidariedade – integrantes do chamado "Centrão".
© FOTO : FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
Esse grupo de legendas já causou dores de cabeça ao governo Bolsonaro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, atrasando os trabalhos por discordar de alguns pontos da proposta, apresentada em 20 de fevereiro pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Aprovado nesta terça-feira, o projeto agora segue para a Comissão Especial, na qual já se ensaia uma nova desidratação da proposta, que pode desandar a meta de economia de R$ 1,1 trilhão projetada pela equipe de Guedes. No momento, o governo e Maia estudam a indicação do relator para a proposta.
O governo Bolsonaro não respondeu ao contato do jornal para comentar a oferta de dinheiro extra para emendas. Uma das grandes promessas do atual presidente durante a sua campanha era colocar um ponto final no chamado "toma lá, dá cá", prática antiga em que troca-se cargos, verbas ou outro benefícios por apoio no Congresso.
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