quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Cientistas do RN Buscam Exoplanetas

Por Yuno Silva - Repórter

Tribuna do Norte


Uma pergunta intriga a humanidade desde tempos imemoriais: afinal, estamos sozinhos no universo? A resposta para esta questão ainda está longe de ser dada, mas um novo método teórico desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Física da UFRN irá facilitar a localização de planetas com características similares à Terra fira do sistema solar. O estudo, publicado nessa segunda-feira (1°) pela revista especializada The Astronomical Journal dos Estados Unidos, utiliza princípios da teoria da Relatividade Geral elaborada pelo físico alemão Albert Einstein (1879-1955) no inicio do século 20, para gerar uma equação capaz de agilizar a varredura de imagens do universo em busca de planetas com tamanho, massa e órbitas propícias para a existência da vida.

Fotos: Adriano Abreu
A pesquisa publicada na revista especializada The
Astronomical Journal dos Estados Unidos é orientada
pelo professor da UFRN, José Dias do Nascimento Júnior.

A pesquisa é assinada por Leandro de Almeida, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Física da UFRN, e por seu orientador, o professor José Dias do Nascimento Júnior; e pode ser entendida de forma simples a partir da analogia de que o novo método funciona como uma espécie de “aplicativo” que torna a busca por novos planetas mais rápida e eficiente em meio ao emaranhado de dados coletados por telescópio na Terra e por telescópios espaciais que serão lançados em breve, como o WFIRST da NASA.

Ate hoje os astrônomos já identificaram a existência de cerca de cinco mil exoplanetas, todos gigantes e sem possibilidades de possuir água em estado líquido. Com a nova metodologia, essa quantidade será  multiplicada devido ao refinamento e sensibilidade da equação desenvolvida na UFRN que pode ser computacionalmente implementadas nos equipamentos.

“O objetivo é construir um censo aprimorado com a quantidade de exoplanetas (planetas fora do sistema solar) que possuem semelhanças com a Terra: saber que existe a quantidade que existe já é uma coisa muito importante, chegar lá é outra história”, disse o pesquisador Leandro de Almeida.

Leandro de Almeida, doutorando do Programa
de Pós-Graduação em Física da UFRN.

O estudo de Almeida e José Dias, “Detectando Exoplanetas com Microlentes Gravitacionais”, conforme o próprio título, buscou soluções com base no fenômeno das lentes gravitacionais descrito por Einstein, que comprovou a deformação da Luz quando esta sofre influencia de um corpo celeste com muita massa como galáxias e/ou aglomerados de galáxias.

No caso das microlentes gravitacionais, esse mesmo fenômeno é observado na relação entre estrelas: quando uma estrela passa na frente de outra, é possível observar a curvatura do espaço-tempo proposto por Einstein, e alterações nos comportamento dessas deformações nas microlentes indicam a presença de um sistema planetário em torno da estrela que está mais próxima do observador. Essa proximidade é medida em anos luz (tempo que a luz leva para alcançar quem observa), e essa distancia pode ultrapassar fácil as dezenas (ou centenas) de milhares de anos-luz.

O novo método já foi testado e deverá ser embarcado no WFIRST (sigla em inglês para Telescópio de Levantamento Infravermelho de Campo Amplo), novo telescópio espacial que a NASA pretende lançar na próxima década.


Fonte: Site do Jornal Tribuna do Norte - 03/10/2018

Comentário: Pois é leitor, a UFRN vem realizando já há algum tempo um excelente trabalho na área Astronômica, e sendo assim, esta notícia não me surpreende.  Parabéns aos pesquisadores potiguares. 

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