sábado, 18 de março de 2017

São João do Sabugy em 1932 - Professor João Quintino de Medeiros Filho

São João do Sabugy em 1932
O nome do rio e o topônimo ainda eram escritos com “y”, a Capela do Glorioso São João Batista possuía somente a torre-campanário, mas a mudança havida nesse ano foi a transferência da sede do município de Serra Negra para São João, atendendo a justificativas que iam do número de construções do espaço “rurbano” à renda obtida na feira semanal, passando pelo fato de estar edificado em território eclesiástico.
O Decreto nº 285, de 27 de maio de 1932, apresenta como argumentos para a transferência da sede do Município de Serra Negra “o desenvolvimento urbano e o movimento comercial da povoação de São João do Sabugy [...]”; as proporções de São João, em número de casas e estabelecimentos comerciais, as “rendas municipaes arrecadadas [...] nas respectivas feiras” e o fato de estar São João construído no patrimônio da Igreja Católica.
Em sua edição de 17 de setembro de 1933, o periódico O Combate informa, num texto intitulado “Vila de S. João do Sabugi”, que “Pertence-lhe, como vila maior que a de Serra Negra, a hegemonia do município”.
O estudioso Raimundo Nonato da Silva, no entanto, enfatizando Serra Negra, diz que “Por injunções do movimento revolucionário e inexplicável cumpliciação dos períodos interventoriais, sua sede andou de emboleu para a vila de São João do Sabugí, florescente localidade [...]”.
O bisneto de Ana Joaquina de Souza, José Maria de Souza Lima, assumiu como prefeito nomeado, permanecendo no cargo até 1935, quando Serra Negra retomou suas prerrogativas e São João do Sabugy continuou como Vila, deixando de sediar o município.
Se Serra Negra foi punida pelos interventores varguistas, em face do alinhamento do Presidente do Estado (hoje, governador), Juvenal Lamartine de Faria (que era serra-negrense), a Júlio Prestes nas eleições presidenciais de 1930, é algo que somente estudos mais aprofundados poderão dizer. Podemos, no entanto, refletir sobre a emancipação política do lugar dos sabugienses: houve duas, uma em 1932 e outra – a definitiva – em 1948?
(Fotografia do acervo de Anchieta França)

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