sábado, 4 de fevereiro de 2017

A ARTE SERTANEJA DE ASSIS MARINHO

A ARTE SERTANEJA DE ASSIS MARINHO


Nascido na cidade de Cubati, sertão da Paraíba, Assis Marinho veio para o Rio Grande do Norte com a família, quando ainda era menino, começando uma peregrinação para fugir das mazelas provocadas pelas constantes secas. Não frequentou escola de pintura, teve uma convivência artística com Vicente Vitoriano no início da sua carreira. Mas a arte estava em sua veia. Seu pai, Walfredo Marinho, fazia santos de madeira e barro (santeiro profissional) e tocava sanfona.
“Já sofrido por anos de seca, conheci amarguras de fome, de forma miserável. Desenhando nas feiras das cidades vizinhas, aumentava um pãozinho a mais em nossa mesa”, afirma Assis Marinho, dizendo que tinha vocação para a pintura desde os cinco anos de idade.
Tela de Assis Marinho







































Os quadros de Assis Marinho, em giz de cera, aquarela ou óleo, são imagens barrocas, lembranças dos anos vivenciando as secas pelo sertão do Seridó. Nas pinturas, agricultores são retratados em momentos de trabalho e religiosidade, como se fosse uma imagem revelada do artista e sua família, no tempo em que sua mãe, Luzia Jacinto de Medeiros, cuidava das crianças e da lavoura de feijão.
Assis Marinho ganhou alguns prêmios em sua carreira, realizou várias exposições, individuais e coletivas, mas prefere vender seus quadros pessoalmente. Em um concurso de arte que participou, o “Salão de Artes” promovido pela Capitania das Artes, o quadro de Assis Marinho não foi classificado e ele ficou bastante aborrecido.
“Pintei um quadro com os três Reis Magos nordestinos. Um era pescador, outro um agricultor, e o terceiro, um vaqueiro. O trabalho nem foi classificado entre os 20 melhores. O problema era que a comissão julgadora era formada por artistas daqui de Natal”, critica.
“Assis Marinho é um eterno menino do sertão, morador e apaixonado pelo Seridó norte-rio-grandense. Sua arte mostra exatamente essa vertente interiorana, poeticamente sertaneja. Uma maravilha!”, disse o editor e sebista, Abimael Silva, que se confessa um apreciador das obras de Assis Marinho.
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FOTO: Humberto Salleshttp://papocultura.com.br/assis-marinho/

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