sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Petrobras baixa combustível para facilitar venda da BR

Petrobras baixa combustível para facilitar venda da BR

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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Perdão aos leitores e leitoras mais sensíveis pela reprodução da manchete politicamente incorreta de um jornal popular carioca. Mas a situação do povo brasileiro e dos investidores da Petrobras é a mesma do ceguinho da tragédia. Só não ver quem não quer que, ao cometer a demagogia de reduzir o preço dos combustíveis (ajudando a segurar a inflação e viabilizando o teatrinho para o Banco Central dar uma abaixadinha na taxa Selic), a diretoria da Petrobras, na verdade, está preparando a venda da BR Distribuidora. Por isso, a bolsa sobe e o dólar cai, para delírio de alguns rentistas, e prejuízos de outros.

Pela primeira vez, desde 2009, a Petrobras resolveu baixar o preço da gasolina e do diesel. Ambos ficam menos caros a partir de sábado. Mas a mudança na política de preços da companhia, anunciada cedinho, com toda pompa e circunstância, é apenas o sinalzinho que faltava para avisar ao mercado que a venda de uma das jóias da coroa, a BR Distribuidora, está muito próxima. Não se sabe ainda se ocorrerá uma abertura de capital, ou uma privataria completa. A subsidiária é estratégica, porque foi dela que se apossou o regime petista para promover todas as grandes falcatruas na Petrobras.

Um profundo analista da área de combustíveis já pontuou para seus investidores: “Nos últimos seis meses, a Petro perdeu 14% de marketshare no diesel e 4% de share em gasolina! A Petro descarta a utilização de fórmula paramétrica, que permitiria ao mercado prever os preços praticados pela companhia!!! Francamente o mercado não entende de Petro. Medida necessária para viabilizar venda da BR Distribuidora”. Como os brasileiros não vão pagar três centavos de real pelo litro da gasolina, como fazem os venezuelanos na bancarrota, pouca coisa muda por aqui...

A bolsa também ficou ouriçada nesta sexta-feira porque o Conselho Administrativo de Defesa Econômica considerou apenas “complexa” a fusão entre a BM&F/Bovespa e a Cetip. O Departamento de estudos econômicos do CADE fará “uma análise das eficiências decorrentes da operação apresentadas pelas companhias”. O CADE também pediu informações adicionais sobre as condições de entrada nos mercados analisados e as regras de governança da companhia resultante, avaliada em R$ 40 bilhões (a merreca que o governo acaba de faturar, até agora, com o programa de repatriação de recursos ilegalmente mandados ao exterior).

A previsão geral é que o CADE não vai atrapalhar o negócio que juntará os mercados de renda fixa e variável no Brasil Capimunista, rentista e corrupto, dominado por cartórios e cartéis.

Releia a primeira edição desta sexta-feira: Mercado goza com a farra dos bilhões repatriados

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