Enquanto parte do PSDB, com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) à frente, ainda fala em impeachment, mesmo que de forma cada vez mais isolada, o mercado financeiro, que gera as expectativas sobre a economia, colhe os lucros das últimas semanas; até agora, o governo Dilma já conseguiu impedir o rebaixamento da classificação de risco do País, publicou o balanço auditado da Petrobras e abriu caminho para os acordos de leniência com as construtoras; das metas traçadas no início do ano, falta apenas aprovar o ajuste fiscal; outra medida positiva será um novo pacote de concessões, para reabrir uma agenda positiva; Aécio e Sampaio estão perdendo o bonde da história.
247 - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que lideram o movimento (cada vez menor) no PSDB pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, correm o risco de se isolar ainda mais – e mesmo entre quem não tem simpatia pelo PT e pelo governo atual.
O motivo é simples. Nas últimas semanas, Dilma começou a virar, a seu favor, o jogo das expectativas econômicas. Para isso, foram cruciais algumas conquistas. A primeira foi o não rebaixamento da economia brasileira, depois de um intenso trabalho dos ministros Joaquim Levy e Aloizio Mercadante junto às agências de risco.
Depois disso, uma decisão do Tribunal de Contas da União abriu espaço para os acordos de leniência entre a União e as empreiteiras atingidas pela Lava Jato. Ainda que os estragos sejam grandes, ao que tudo indica as empresas conseguirão sobreviver.
O fato mais importante, no entanto, foi a publicação do balanço auditado da Petrobras, na última semana, o que, segundo a presidente Dilma "vira a página" da crise na empresa. O que falta, agora, é aprovar o ajuste fiscal – o que parece ser uma tarefa menos complexa.
Reação do mercado
No mercado financeiro, que antecipa o humor da economia e gera expectativas empresariais, a reação foi de euforia. Para a Vale, por exemplo, a semana que passou foi a melhor em 16 anos, com alta de 30% nos papéis da companhia. Para a Petrobras, a alta acumulada desde março é de inacreditáveis 80%.
O próximo passo do governo Dilma na reconquista da confiança e na criação de uma agenda positiva será o lançamento de um novo pacote de concessões – tema que foi discutido com os ministros neste sábado.
Leia, abaixo, reportagem do Infomoney sobre a euforia no mercado financeiro:
Vale salta 30% na melhor semana em 16 anos; Petrobras dispara 80% desde março
Siderúrgicas também ganham com disparada do minério de ferro; exportadoras caem com dólar e figuram entre as poucas quedas do Ibovespa na semana
SÃO PAULO - Uma maré de euforia tomou conta do mercado nesta semana reduzida por conta do feriado na terça-feira que manteve a Bovespa fechada. Ainda assim, o Ibovespa marcou uma semana bem agitada com alta de 5,03% (terceira semana de ganhos em quatro), puxado principalmente pelas blue chips Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3; VALE5), com a última marcando sua melhor semana em 16 anos. Já a Petrobras registrou sua sexta semana consecutiva de ganhos (PETR3, +79,9%; PETR4, +59,6%).
Os principais drivers foram o tão esperado balanço da petrolífera, a divulgação do relatório de produção da Vale e disparada do preço do minério de ferro, aliado ao anúncio hoje de um acordo de até US$ 2 bilhões com o coreano Eximbank em apoio financeiro para projetos da mineradora. Dado a isso, as ações da Vale lideraram os ganhos do Ibovespa com valorização de 30,06% e 24,55%, para as ordinárias e preferenciais respectivamente. Acompanharam as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 12,62, +18,16%), holding que detém participação na mineradora.
Na toada da disparada do minério de ferro (que subiu 13,5% na semana) que ganhou força após a BHP Billiton anunciar que vai reduzir seus planos de expansão de minas, os papéis das siderúrgicas também figuraram como as maiores altas do índice na semana: CSN (CSNA3, R$ 7,23, +18,52%), Usiminas (USIM5, R$ 5,98, +13,90%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,55, +13,93%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 10,47, +6,51%). No caso da Usiminas, ainda ficou em destaque a divulgação do balanço, que foi muito bem recebido pelo mercado. Na véspera, dia da divulgação, os papéis da companhia subiram 8,25%.
Outra que se deu bem na semana foi a ação da Kroton (KROT3), que disparou 15,12%, fechando a R$ 11,80. Nesta semana, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, garantiu que todos as matrículas do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) serão renovadas e informou que a pasta vai prorrogar o prazo de 30 de abril se for necessário. No setor, destaque também para a Anima (ANIM3, R$ 20,15, +6,33%), negociada fora do Ibovespa, que subiu bem após notícia de que a companhia decidiu desfazer o contrato para unir suas operações com as da norte-americana Whitney University System.
Do outro lado, destaque para as ações da Rumo (RUMO3), que figuraram como o pior papel do Ibovespa na semana. A empresa anunciou na quinta-feira que seu plano de investimentos após a fusão da Rumo Logística com a ALL (América Latina Logística) contempla R$ 2,8 bilhões em expansão de operações até o final de 2016 e mais R$ 4,6 bilhões de 2017 até o fim de 2019. Apesar da repercussão, o Credit Suisse disse, em relatório de hoje, que o guidance conservador da empresa é um "passo na direção correta".
No Ibovespa, apenas 13 dos 69 papéis encerraram a semana no negativo, sendo que somente cinco caíram mais do que 2%. Com a queda do dólar no período, que perdeu o importante patamar psicológico de R$ 3,00, as ações das exportadoras Fibria (FIBR3, R$ 43,27, -3,23%), Suzano (SUZB5, R$ 14,82, -1,20%) e Embraer (EMBR3, R$ 22,65, -2,45%) ajudaram a compor esse terreno negativo.
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