sábado, 21 de fevereiro de 2015

Por que chove tão pouco no Nordeste?

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As dramáticas secas da região acontecem por duas razões principais. Primeiro, os ventos que refrescam o sertão não conseguem trazer a umidade que causa chuvas nas áreas vizinhas, seja o litoral do Nordeste, o Sudeste do país ou a região amazônica. Segundo, o semi-árido quase não tem lagos e rios volumosos, que poderiam induzir a formação de aguaceiros locais. Alguns estudiosos ainda relacionam os períodos de estiagem com a ocorrência do El Niño, o fenômeno de aquecimento das águas do oceano Pacífico que bagunça todo o clima global. Por aqui, a hipótese é que o efeito enfraqueceria a brisa do Atlântico Sul, fazendo com que ainda menos umidade chegasse ao sertão nordestino. "Mas não parece haver relação direta entre as duas coisas. Um levantamento feito entre 1849 e 1985 mostra que, para 29 anos de El Niño, só 12 foram associados com secas na região", diz o pesquisador de clima José Antonio Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de Cachoeira Paulista (SP).
O sertão nordestino realmente recebe pouca chuva, concentrada principalmente nos meses de abril e maio. O índice médio fica entre 500 e 800 milímetros por ano - só para comparar, uma cidade como Brasília costuma ter 1 500 milímetros de chuva anualmente. As secas mais graves, que acontecem quando o índice médio cai pela metade, aparecem em registros históricos desde o século 16 e são comuns. Calcula-se que a cada 100 anos há entre 18 e 20 anos de falta de chuvas. Até agora, o século 20 foi um dos mais áridos, registrando nada menos que 27 anos de estiagem. A seca mais longa começou em 1979. Na "terra ardendo qual fogueira de São João", 50% do gado morreu por falta d’água, a desnutrição explodiu e milhares de pessoas morreram de sede e fome. O verde da plantação só começou a brotar novamente com o retorno das chuvas cinco anos depois, em 1983.
Forno naturalVentos fracos não levam ao sertão a umidade das regiões vizinhas
1. UMIDADE LOCALIZADA
O clima quente e a umidade abundante fazem da Amazônia a região mais úmida do país. A área de clima equatorial é cortada por rios volumosos que facilitam as constantes tempestades. Esse tipo de aguaceiro, porém, não tem força para chegar ao sertão nordestino. No máximo, os ventos úmidos alcançam o oeste do Maranhão. No resto do estado, o clima e a vegetação refletem a transição entre a floresta equatorial e a caatinga do semi-árido
2. SOPRO DESNUTRIDO
No litoral nordestino, o índice de chuvas é maior por causa da umidade que vem do oceano Atlântico. O mesmo vento poderia levar água para o sertão, já que o semi-árido nordestino não é cercado por cadeias de montanhas que barrem os ventos úmidos. Entretanto, a brisa marítima não é forte o suficiente para provocar chuvas numa região maior que os 100 quilômetros da faixa costeira
3. FRIO BLOQUEADO
Nas regiões Sul e Sudeste, as frentes frias que nascem no sul da América abaixam a temperatura rapidamente no inverno e causam torós poderosos na primavera e no verão. Entretanto, por causas de mudanças na circulação atmosférica, essas massas de ar ficam "presas" no Sul, descarregando toda a chuva nessa área. As frentes frias quase nunca chegam ao Nordeste — as mais intensas atingem o sul da Bahia, mas são pouco freqüentes
4. PROCURAM-SE RIOS
A parte mais afetada pela falta de chuvas é o chamado Polígono das Secas, uma área de mais de 1 milhão de km2, espalhados por oito estados nordestinos (só o Maranhão fica fora) e pelo norte de Minas Gerais. Nessa região, onde vivem 27 milhões de pessoas, não há rios cauladosos ou grandes lagoas capazes de fornecer umidade para provocar chuvas locais

Opinião do Blog: 
Chover tem uma explicação teórica simples: basta o ar encharcar, ficar lotado de água, com 100% de umidade. Aí o vapor condensa, as gotas ficam maiores e desce chuva. 84% da água presente na atmosfera vêm dos oceanos. Os outros 16% é água evaporada dos continentes. Assim, acontece o verdadeiro papel da natureza... Quem faz ou não chover, são os Oceanos. Esse poder tem efeito tanto pela superfície coberta pelas águas quanto pela capacidade dos oceanos de manterem estável a temperatura em todo o planeta. Em relação ao semiárido nordestino, a diminuição das chuvas nessas últimas décadas, se deu pelo desmatamento e as queimadas sem controle.
O que prejudicou muito o nordeste foi o cultivo de cana de açúcar.A cana seca o solo,acaba com os lençóis freáticos e não reverte em umidade nenhuma para o meio ambiente,e esse tipo de monocultura vigorou no litoral nordestino do seculo XVI ao XVII,ou seja,100 anos que promoveram em muito no advento do sertão nordestino

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