A terrível seca de 1915, que assolou todo o Nordeste, testemunhou, no dia 11 de Fevereiro, na Fazenda Barra do Câimbra, situada no Município de Serra Negra do Norte, o nascimento de Manoel Mariz de Medeiros Filho ( Seu Manduri ), filho do casal Neneco Honorato e Maria Ambrozina de Medeiros. Desse enlace matrimonial, nasceram 07 filhos, divididos entre 03 homens e 04 mulheres. Vale salientar que, entre as meninas havia trigêmeas, que morreram prematuras. É importante registrar que, o homenageado, nasceu na Fazenda de seu avô paterno, Joaquim Honorato de Medeiros, casado com Rosa Mariz de Medeiros.
O destino foi cruel e ingrato para com o adolescente Manduri, foi picado por cascavel duas vezes, e vale saber que, naquele tempo, não tinha o soro antiofídico, e o mesmo conta que salvou - se tomando centenas de xícaras de café com pimenta malagueta, a pimenta para não coagular o sangue, e o café fortíssimo, pelo grande teor de cafeína, o que lhe deu resistência, e ainda amargou a orfandade aos 15 anos com a morte de sua mãe que significou para ele um grande trauma. Sertanejo destemido dobrou suas forças, superando as intempéries do tempo trabalhando de sol a sol fato que lhe proporcionou bem cedo um patrimônio necessário para ele se tornar economicamente alicerçado. E, cultivando as terras que recebeu por herança - Riacho da Timbaúba - que pertencia a seu pai, no total de 101 braças, correspondendo a 2,5ha, em números redondos, que ele foi prosperando gradativamente até conquistar a cifra de 600 ha.
Em 25 de dezembro de 1942 estando Manduri com 27 anos de idade, contraiu núpcias com sua prima Odete Mariz de Medeiros, caicoense de nascimento, também pertencendo a Família Mariz, associada á Família Fernandes. Nasceram 06 filhos divididos entre 02 mulheres e 04 homens.Na foto, houve a ausência do João, mas os presentes, da esquerda para direita: José, Oswaldo, Fátima, Seu Manduri, Dona Marinete e Humberto.
Acontecimento comprovadamente heróico, na sua vida, ocorreu na seca de 1958, quando um gigantesco esforço, rompeu as matas dos sertões seridoenses, a pé, tangendo seus animais, rumando em direção a Fazenda Lagoa Nova, no Município de Riachuelo, do seu parente Dr.Juvenal Lamartine de Monteiro de Farias numa tentativa incomum de salvar seu rebanho. Percorreu assim, uma distância correspondente a 300 km, em 14 dias.
No dia 18 de Fevereiro de 1988, amargou a viuvez, fato que levou a transferir-se para a vizinha cidade de São João do Sabugi, pois lá já tinha uma moradia fixa. Á distância cronométrica entre a morte de cônjuge e a transferência foi o tempo necessário para ele fazer o inventário da Fazenda entre seus filhos. Assim sendo preferiu a companhia de sua filha caçula, Maria Fátima Medeiros, á solidão. Diga-se de passagem, que, Maria de Fátima, Já morava em São João do Sabugi, solteira, estudante.
Seu Manduri, Hoje centenário, que é coisa rara, teve nesta longa vida mais que suficiente tempo para deixar aos pósteros um imensurável legado. A probidade, a honestidade, o alto teor caritativo, são umas entre tantas as suas virtudes. Isso sem se falar de seu invejável legado Histórico, que lamentavelmente não podemos explorá-lo como desejaríamos devido seu elevado índice de surdez. No concernente ao legado familiar hoje, tem na sua conta, 06 filhos, 19 netos, 11 bisnetos e 03 trinetos.
Ao nosso estimado Manduri, nossos parabéns, nossas orações, nossos votos de melhores dias, não só pela passagem de seu vitorioso centenário, mais também pelo seu digno legado.
Texto: Prof: Adauto Guerra.
Texto: Prof: Adauto Guerra.
Linda história de vida! Meu avô Manduri e um Guerreiro!
ResponderExcluirGostaria de pedir a gentileza de citar a autoria desta cronica, a qual fora produzida e narrada pelo estimado Prof. Adauto Guerra
Como é que o nome dele é Manoel Mariz de Medeiros Filho ( Seu Manduri )
ResponderExcluire seu pai tem o nome de Neneco Honorato?
Do Blog: Senhor José Sanxer, ao que me consta, todo NENECO é uma forma carinhosa familiar aqui no interior de se apelidar os de nome MANOEL, tal como os SEVERINO, que se apelidam com Bio ou Biró, os ANTÔNIOS de Totoinhim ou tonho e assim segue o dialeto regional! Espero ter contribuído e ficamos muito gratos, por sua cordial visita, e que volte tantas vezes assim o desejar!
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