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Fazendo Feira. Belíssimo projeto. |
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Tocando forró de verdade |
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Quem chega na madrugada, pega o retalho mais bonito |
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Eles viajaram no tempo com a máquina de datilografia |
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"O Municipal" |
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Diários de Classe da EMPJF, desde 1974 |
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Estudantes explicando como tudo começou na Mina Quixeré... |
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E a química da sheelita? Elas explicam. |
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Na escuridão do túnel, rumo a história do nosso Quixeré |
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Geny Lucena, aos 86 anos, tendo aula com Pe. Joaquim Félix |
A Escola Municipal Pe. Joaquim Félix, em São João do Sabugi, RN, realizou Mostra Cultural dentro da sua programação, alusiva aos 40 anos daquela Escola. A Mostra Cultural encantou os visitantes pela perfeita escolha dos temas apresentados nas salas.
Quando se pensa em São João do Sabugi, RN e as imagens presas na memória, nos remetemos ao Rio Sabugi com suas lavadeiras de lenço na cabeça, batendo roupa na pedra, carregando água em lata de zinco e despejando nas bacias, pendurando roupas em varal, conversando entre elas animadamente, parecendo não se dar conta do sol que queima o rosto com o passar das horas.
Elas estavam lá na Mostra Cultural, em sala que apresentava o dilema da escassez d'água, da necessidade da água, junto as imagens da ponte sob o Rio Sabugi, e suas lavadeiras: crianças que traduziam muito bem esse cotidiano da história de outrora, visto que hoje, já não temos lavadeiras no rio.
Se mergulhamos na história do município, nos deparamos com o Padre Joaquim Félix, lembrado como "o padre que ensinou São João do Sabugi a ler".
Lá estava ele numa sala: Padre de batina preta, chapéu preto, óculos de grau num olho e escuro em outro, sempre atento aos papéis e chamando os alunos para a alfabetização. E compondo esta história, os escravos do Padre, o testamento e réplicas de seus bens.
E a feira? Que povo não enxerga na feira, uma junção de criatividade, comércio, cultura e tom de festa?! Assim também é a Feira de São João do Sabugi, desde outrora até os dias atuais. No projeto Fazendo Feira, a Professora Dorinha Rocha, junto aos alunos, apresentaram em cordel, o cotidiano do feirante, a história e o perfil de cada um, e na sala da feira de tudo tinha: a banca de café, a banca de ervas, o retalho à ser vendido no peso, os produtos de couro, os utensílios de zinco e de plástico, a banca de frutas, o tocador de fole e triângulo misturando ao grito dos feirantes.
Outro assunto abordado foi a medicina alternativa, mostrando ervas medicinais, conhecimento que vem dos antigos e permanece até os dias atuais, passando de geração à geração. Vale destacar que lá estava a flor da pepaconha, trazida da Serra do Mulungu, belíssima para decoração.
Em outras salas, maquete da Escola Municipal Pe. Joaquim Félix, a história destes 40 anos à serviço da Educação, inclusive com documentos antigos como os Diários de Classe, máquinas de datilografia, e fotografias.
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Totó Medeiros encontrando a bateia feita pelo seu pai Bil Salvino, na década de 40 |
Como num passe de mágica, os visitantes se viram entrando num túnel: o túnel da Mina Quixeré, explorada na década de 40. A Sala Quixeré, projetada pela Professora Djanira, levava os visitantes em túnel até a "Entrada da Mina", onde "guardas" falavam sobre a história da Segunda Guerra Mundial e qual o vínculo com a sheelita, e sua produção no município de São João do Sabugi, RN. Posteriormente, os visitantes entravam pelo segundo túnel, deparando-se com a terra seca, misturada a sheelita - que brilha na água e no sol - carroça de mão, fotografias da Mina, bateia, e estudantes contando a história da descoberta da sheelita, feita pela saudosa Mariêta, que enquanto pastoreava cabras, percebeu e encantou-se com o brilho diferente daquelas pedras.
O passeio pela Mina Quixeré não parava por aí. Em seguida, o último túnel, onde uma autêntica descendente do Quixeré, a menina Glória - bisneta do proprietário do Quixeré, João Ursulino de Maria - explicava aos visitantes, com outra estudante, sobre a química que envolve a sheelita. Entre balança, pesquisas realizadas e pedras de sheelita trazidas do Quixeré, Glória relatava com toda segurança sobre a química que gera o brilho, e outras características daquela pedra.
A Mostra Cultural da Escola Municipal Pe. Joaquim Félix foi sobretudo uma viagem, pela cultura, pela história da Escola e também do município. Foi, na verdade, uma aula gratificante e rica, onde seus ex-alunos renovaram o saber, através das crianças e adolescentes que lá estudam atualmente. E tudo embalado pelo hino da escola, com letra e música das professoras Ermita Lucena e Nilce Lucena.
Além da Mostra Cultural também houve Aula da Saudade e grande festa, com música dos anos 60, propiciando reencontro e muita confraternização entre os ex-alunos. Parabéns aos idealizadores.
Anna Jailma - jornalista e blogueira
ex-aluna da EMPJF
Viahttp://aflordaterra.blogspot.com.br/
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