Cometa Churyumov-Gerasimenko

Hoje pela manhã, eu inclinei a tela para mostrar a minha  filha, com seus dez aninhos, esta foto do cometa Churyumov-Gerasimenko tirada pela Rosetta, em sua histórica inserção orbital. A imagem foi obtida a apenas 124 km da superfície, e revela detalhes de até 2,4 metros por pixel.

Imagem da sonda Rosetta revela detalhes da superfície do cometa Churyunov-Gerasimenko

- Sabe o que é isso? — perguntei. Ela nem pensou muito para responder.

- A Lua!

- Não, é um cometa. Teve uma nave que chegou hoje a um cometa. Aí ela tirou esta foto.

- Pai, o que é um cometa?

- Um cometa é como um asteroide, só que o asteroide é feito só de pedra e o cometa é uma mistura de gelo e pedra. Aí a espaçonave voou pelo espaço por dez anos para ir até lá e tirar essa foto.

- Dez anos? Tudo isso? Por quê?

- Pensa assim. Aqui está o Sol. — disse, gesticulando com um punho fechado representando nossa estrela. — A Terra está aqui, girando em torno do Sol. E o cometa está aqui, girando também em torno do Sol. Então, os cientistas tiveram de calcular direitinho para que a nave também desse um monte de voltas no Sol até chegar no lugar onde estava o cometa. Por isso demorou tanto. E agora eles vão tentar pousar uma navezinha lá.

- E para quê?

- Ah, eles querem ver o que tem lá. Querem descobrir como os planetas se formaram. Eles acham que os cometas e os asteroides são o que sobrou da formação dos planetas como a Terra. É como se o cometa fosse uma pecinha de Lego. Imagine um monte de peças de Lego, e você vai construir os planetas. Vai pegar as pecinhas e montar, até formar os planetas. E aí algumas pecinhas vão sobrar. Essas são os cometas e os asteroides. Aí os cientistas esperam que, ao estudar essa pecinha de Lego, eles entendam como planetas como o nosso são formados — como as pecinhas de Lego se encaixam.

Parabéns à valorosa equipe da sonda Rosetta pelo sucesso. E muito obrigado por compartilhar com a gente a empolgação da jornada.

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