quinta-feira, 24 de julho de 2014

Adeus ao Mestre Ariano Suassuna

Por Luiz Otávio Cavalcanti...

ARIANO

O Ariano que foi um Quixote brasileiro. Defendendo a cultura nacional. Um Quixote de gibão que saiu do sertão, sem sair. E foi lutar contra a vulgaridade global. Um Quixote que soube guardar pedras e sol para construir um forte cultural.
Um Quixote lúcido, molhado de suor. Que transformou o regional, fera caetana, em cenário mundial, uno.
Um Quixote lógico, adubado na caatinga. Que decompôs a tradição na mais moderna das interpretações brasileiras.
O outro Ariano foi o artesão da arte inseparada, compacta. Teatro, romance, poesia, música. O maestro armorial. Que uniu o erudito e o popular. Que juntou riso e tragédia.
Um maestro verbal, partituras feitas no coração. Um maestro que ensinava esperança no futuro num mundo cada vez mais cético no presente.
Sim, simplicidade. Tão gigante e tão simples.

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