domingo, 15 de setembro de 2013

Ipueira/RN

Tribuna do Norte destaca sofrimento do município seridoense de Ipueira com a falta d’água


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Não adianta abrir a torneira. O gesto simples e corriqueiro  para a maioria das pessoas foi subtraído da rotina de milhares de norte-rio-grandenses. Há mais de um mês, o sistema de abastecimento de pelo menos nove cidades entrou em colapso. Com mananciais secos, gestores municipais são obrigados a impor políticas de contingenciamento. Em Ipueira, a 305 quilômetros de Natal, o “vale água” faz o controle do fornecimento de 40 litros de água potável por dia. Enquanto outros municípios correm o risco iminente de enfrentar situação idêntica,  a execução de obras de infraestrutura hídrica sob responsabilidade do Estado e União  caminha em letargia.
O colapso no abastecimento é uma das consequências mais graves da estiagem que devasta o Rio Grande do Norte desde o ano passado. Inicialmente, a produção agrícola foi limada. Não demorou muito e o gado definhou até a morte. Cemitérios de animais se espalharam por várias cidades.  Dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faern) apontam redução de 70% na produção de alimentos e perda do rebanho superior a 40%. Períodos de estiagem fazem parte da história do Nordeste. O primeiro relato de uma seca na região nos remete ao período entre 1583 e 1585. O padre jesuíta português Fernão Cardim registrou “uma grande seca e esterilidade na província. Cinco mil índios foram obrigados a fugir do sertão pela fome, socorrendo-se aos brancos”.
Ao longo dos anos, episódios infortúnios se sucederam. Assim como os períodos de estiagem, o anúncio de obras de infraestrutura hídrica também são periódicos. No Rio Grande do Norte, mesmo com a criação do Comitê Estadual para Ações Emergenciais de Combate aos Efeitos da Seca, no ano passado, o cenário atual põe em xeque a efetividade das ações. Os efeitos aguardados por aqueles que moram no semiárido ainda não são perceptíveis. A construção da adutora do Alto Oeste – obra orçada em R$ 154 milhões e com 288 quilômetros de extensão – se arrasta desde 2010. A última previsão era de conclusão do projeto em julho passado. O titular da secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Leonardo Rêgo, afirma que será necessário mais um mês para concluir a obra. “Nossa expectativa é a de que tudo esteja pronto em outubro”.
Via M. Dantas

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