quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Qual é o limite para amar a Deus?




O João é um homem atarefado. Um homem dos tempos modernos que fala com pressa de dizer tudo, com pressa de ir para outro lado ter outra conversa ou tarefa. Tem uma vontade enorme de absorver o que a vida tem para lhe dar. E assim procede nas coisas de Deus. Quer Deus em todos os minutos da sua vida, mas não sabe como ajustá-lo à vida preenchida que tem. Por isso, à saída de uma daquelas missas que o tinha feito reflectir, fez-me uma série de perguntas que afinal eram a mesma. Qual é o limite para amar a Deus? Em termos emocionais qual é o limite razoável para não perdermos o equilíbrio e mantermos uma dedicação a Deus e aos outros? Como é que noventa por cento dos crentes podem amar a Deus acima de todas as coisas e ao mesmo tempo trabalhar para ganhar a vida, dar atenção à mulher, aos filhos, ao carro, aos estudos para ter aquela promoção, ao grupo coral, aos colegas, aos outros? Sim, sei que tudo isto é ou pode ser amor a Deus. Mas estou a falar do sentimento, daquele que nos faz sentir pequeninos, de nos tirar a respiração, de sentir como se nos furassem o peito com uma lança.

 
Fiquei encantado com a pergunta e com a vontade de ouvir a resposta. E ela veio-me com o mesmo ímpeto. Amar a Deus não deve ter limites, como amar uma pessoa no mais íntimo não deve ter limites. Mas tudo deve ser feito no equilíbrio, porque o amor verdadeiro é equilibrado, livre, desinteressado, aberto. Se não for desta forma, deixa de ser amor para se tornar uma obcessão ou fanatismo. O verdadeiro amor não nos oprime ou prende. Não ocupa espaço ou tempo. O verdadeiro amor acontece para além da distância, das horas ou do espaço. Para além da presença. É uma entrega nem sempre revelada, mas que nos faz agir em quase tudo conformes a esse sentimento. Além disso, uma das mais claras formas de amar a Deus é exactamente amar os outros todos e tudo no máximo de nós. A família, o trabalho, os colegas de trabalho, os jovens do grupo, da escola, a casa, o que acontece, o que nos rodeia. Em tudo podemos amar a Deus sem limites. Em tudo podemos ver o Deus que amamos. Em tudo podemos sentir o amor de Deus a agir em nós. A nossa vida pode ser um constante amar a Deus. Se for autentico, o nosso amor a Deus não tem espaço, tempo ou limites.

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